Vanusa Inácio de Carvalho nasceu praticamente dentro de grupos.

Participar de grupos sempre foi uma ação natural em sua vida. Desde criança era “beata de igreja”, como ela mesma se descreve. Atuava como catequista e animadora. Aos 14 anos, passou a integrar a Associação das Crocheteiras Novarussenses (Ascron). Mas nenhuma das experiências anteriores trouxe uma vivência de irmandade tão forte quanto o grupo Abelhas Lutadoras do Sertão, que reúne 12 mulheres da comunidade Irapuá, em Nova Russas. “O grupo representa muita coisa. Representa organização, força, luta. Se a gente está junta, a gente luta e consegue nossos objetivos”, afirma.

 A participação no grupo também a fez ser mais compreensiva com as problemáticas das outras mulheres, mesmo aquelas que não demonstram motivação com o trabalho realizado pelo grupo. Vanusa compreendeu que, diferente dela que sempre teve liberdade para frequentar as reuniões, algumas mulheres vivem presas às suas obrigações em casa. “Meu marido me apoia. Fica com as crianças. Ele vai trabalhar, mas, se eu tiver uma reunião, ele volta mais cedo para aprontar o almoço ou organizar os meninos para ir à escola”, conta Vanusa, demonstrando a importância da divisão justa do trabalho doméstico.

 Mas o apoio do público masculino não é uma unanimidade no Irapuá. Quando as Abelhas aceitaram o convite para plantar algodão agroecológico, por exemplo, sentiram forte hostilidade por parte de alguns agricultores. “Já fui até humilhada por querer participar. Eles acham que não temos a mesma capacidade que eles têm. Mas a gente vai se fortalecer para mostrar que é capaz”, garante. A sobrecarga de tarefas que as agricultoras enfrentam é exemplo de injustiça patriarcal. Além de lidar com as questões do plantio, tem que dar conta das tarefas domésticas sozinhas. “O homem pega seu material e vai para roça. A mulher, não. Tem que cuidar da casa, dos filhos, dos animais. Antes de ir para roça, primeiro tem que fazer várias coisas. E depois que voltar tem mais obrigações para fazer”, argumenta Vanusa.

 A principal motivação de Vanusa ao aderir ao projeto Educação para a Liberdade foi melhorar a qualidade de vida de sua família. E uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos é um ponto crucial nessa mudança. Para isso, o quintal produtivo foi divisor de águas. Plantando em casa, ela tem a certeza da qualidade do alimento e ainda garante economia nos gastos familiares. “Evito comer uma coisa que não é saudável. Eu mostro para os meus filhos que o que estamos colhendo no quintal é mais saudável”, conta. O maior desafio para manter a produção do quintal é o acesso à água, principalmente no período de estiagem.

 Uma grande conquista que Vanusa obteve através do grupo de mulheres foi o bioágua, sistema de reuso de águas cinza. Esse sistema faz o tratamento das águas provenientes de processos domésticos como tomar banho e lavar louça e roupas. “Até então eu não tinha água. A minha água era só da chuva no inverno. E estávamos nos anos de estiagem. Estava muito difícil. Agora, com o bioágua, eu posso manter minhas plantas. Não vou desperdiçar a água. Eu vou reutilizar”, explica.

Vanusa Inácio de Carvalho nasceu praticamente dentro de grupos.

Participar de grupos sempre foi uma ação natural em sua vida. Desde criança era “beata de igreja”, como ela mesma se descreve. Atuava como catequista e animadora. Aos 14 anos, passou a integrar a Associação das Crocheteiras Novarussenses (Ascron). Mas nenhuma das experiências anteriores trouxe uma vivência de irmandade tão forte quanto o grupo Abelhas Lutadoras do Sertão, que reúne 12 mulheres da comunidade Irapuá, em Nova Russas. “O grupo representa muita coisa. Representa organização, força, luta. Se a gente está junta, a gente luta e consegue nossos objetivos”, afirma.

 A participação no grupo também a fez ser mais compreensiva com as problemáticas das outras mulheres, mesmo aquelas que não demonstram motivação com o trabalho realizado pelo grupo. Vanusa compreendeu que, diferente dela que sempre teve liberdade para frequentar as reuniões, algumas mulheres vivem presas às suas obrigações em casa. “Meu marido me apoia. Fica com as crianças. Ele vai trabalhar, mas, se eu tiver uma reunião, ele volta mais cedo para aprontar o almoço ou organizar os meninos para ir à escola”, conta Vanusa, demonstrando a importância da divisão justa do trabalho doméstico.

 Mas o apoio do público masculino não é uma unanimidade no Irapuá. Quando as Abelhas aceitaram o convite para plantar algodão agroecológico, por exemplo, sentiram forte hostilidade por parte de alguns agricultores. “Já fui até humilhada por querer participar. Eles acham que não temos a mesma capacidade que eles têm. Mas a gente vai se fortalecer para mostrar que é capaz”, garante. A sobrecarga de tarefas que as agricultoras enfrentam é exemplo de injustiça patriarcal. Além de lidar com as questões do plantio, tem que dar conta das tarefas domésticas sozinhas. “O homem pega seu material e vai para roça. A mulher, não. Tem que cuidar da casa, dos filhos, dos animais. Antes de ir para roça, primeiro tem que fazer várias coisas. E depois que voltar tem mais obrigações para fazer”, argumenta Vanusa.

 A principal motivação de Vanusa ao aderir ao projeto Educação para a Liberdade foi melhorar a qualidade de vida de sua família. E uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos é um ponto crucial nessa mudança. Para isso, o quintal produtivo foi divisor de águas. Plantando em casa, ela tem a certeza da qualidade do alimento e ainda garante economia nos gastos familiares. “Evito comer uma coisa que não é saudável. Eu mostro para os meus filhos que o que estamos colhendo no quintal é mais saudável”, conta. O maior desafio para manter a produção do quintal é o acesso à água, principalmente no período de estiagem.

 Uma grande conquista que Vanusa obteve através do grupo de mulheres foi o bioágua, sistema de reuso de águas cinza. Esse sistema faz o tratamento das águas provenientes de processos domésticos como tomar banho e lavar louça e roupas. “Até então eu não tinha água. A minha água era só da chuva no inverno. E estávamos nos anos de estiagem. Estava muito difícil. Agora, com o bioágua, eu posso manter minhas plantas. Não vou desperdiçar a água. Eu vou reutilizar”, explica.