Desde muito cedo, Luzanira Martins de Sousa acompanhava o pai nas reuniões do sindicato dos trabalhadores rurais.

A inclinação que o pai dela sempre teve pelo lado social alimentava a admiração que Luzanira tinha por ele e a vontade de também participar do movimento sindical. No entanto, foi apenas aos 32 anos que ela passou a ser membro do sindicato. Antes disso, ela casou, aos 14 anos, parou de estudar na quarta série e teve seus filhos. Moradora do assentamento Floresta, em Tamboril, Luzanira era ainda catequista e animadora do local, fortalecendo com isso sua vontade de trabalhar com o povo.

“Eu tinha sempre essa vontade de trabalhar com outras pessoas, de ter uma visão diferente de movimento. Eu admirava o movimento das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Eu já trabalhava com o povo, então eu queria mais”, conta Luzanira. Na época que Luzanira chegou ao assentamento, já casada e com seus filhos, a ideia que predominava na sociedade era a de que os homens mandavam e as mulheres obedeciam. Apesar disso, ela não se conteve na posição de silenciada e participava dos espaços de decisões, dando opiniões e sugestões, discordando, concordando. “Foi aí que comecei a achar que eu podia. Que eu podia ter algo a mais”, revela.

Antes de a liberdade ser um sonho realizado, Luzanira viveu aprisionada em um relacionamento abusivo por mais de uma década. Ela era dependente financeiramente do companheiro e sair da relação poderia ser um veredito de fome para seus filhos. “Era um ciclo de violência na minha vida. Eu passei mais de 10 anos me preparando para chegar o dia de eu dizer ‘acabou’. E não foi fácil. Deixei meus filhos crescerem porque até então eu não trabalhava. Não ganhava financeiramente para sustentar eles. Era só meu companheiro que trabalhava. Bom ou ruim, era ele quem dava comida para os filhos. A gente que é mãe quer demais que seus filhos estejam bem, mesmo que você não esteja”, relata.

Foi no sindicato onde ela encontrou forças para superar a situação. Ela começou a trabalhar como Secretária de Mulheres. “Eu tenho que ajudar outras mulheres. E se eu viver nesse ciclo de violência, como vou poder ajudar? Qual é o meu exemplo? Qual é o meu depoimento?”, refletia Luzanira na época. “Foi daí que eu me separei. Eu tomei coragem, coloquei uma roupa dentro de uma bolsa e saí de casa. E não voltei mais. Foi isso que me deu força para superar e poder ajudar outras mulheres”, relembra. Depois, surgiu a parceria com o Esplar no projeto Educação para a Liberdade.

Com todo o apoio do sindicato, o projeto proporcionou a criação de grupos de mulheres em comunidades rurais e assentamentos de Tamboril. Luzanira demonstra muito orgulho de sua participação nas atividades do projeto e ressalta como esse trabalho a fortaleceu. “A partir do projeto, das formações, das orientações que são dadas, é que as mulheres se fortalecem. Se você não tiver conhecimento, você não tem base. Se você não tiver base, vai viver ali e achar que nasceu assim e assim tem que ficar. A base do projeto é essa formação, a informação que é levada para as mulheres. É um projeto riquíssimo”, afirma.

Desde muito cedo, Luzanira Martins de Sousa acompanhava o pai nas reuniões do sindicato dos trabalhadores rurais.

A inclinação que o pai dela sempre teve pelo lado social alimentava a admiração que Luzanira tinha por ele e a vontade de também participar do movimento sindical. No entanto, foi apenas aos 32 anos que ela passou a ser membro do sindicato. Antes disso, ela casou, aos 14 anos, parou de estudar na quarta série e teve seus filhos. Moradora do assentamento Floresta, em Tamboril, Luzanira era ainda catequista e animadora do local, fortalecendo com isso sua vontade de trabalhar com o povo.

“Eu tinha sempre essa vontade de trabalhar com outras pessoas, de ter uma visão diferente de movimento. Eu admirava o movimento das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Eu já trabalhava com o povo, então eu queria mais”, conta Luzanira. Na época que Luzanira chegou ao assentamento, já casada e com seus filhos, a ideia que predominava na sociedade era a de que os homens mandavam e as mulheres obedeciam. Apesar disso, ela não se conteve na posição de silenciada e participava dos espaços de decisões, dando opiniões e sugestões, discordando, concordando. “Foi aí que comecei a achar que eu podia. Que eu podia ter algo a mais”, revela.

Antes de a liberdade ser um sonho realizado, Luzanira viveu aprisionada em um relacionamento abusivo por mais de uma década. Ela era dependente financeiramente do companheiro e sair da relação poderia ser um veredito de fome para seus filhos. “Era um ciclo de violência na minha vida. Eu passei mais de 10 anos me preparando para chegar o dia de eu dizer ‘acabou’. E não foi fácil. Deixei meus filhos crescerem porque até então eu não trabalhava. Não ganhava financeiramente para sustentar eles. Era só meu companheiro que trabalhava. Bom ou ruim, era ele quem dava comida para os filhos. A gente que é mãe quer demais que seus filhos estejam bem, mesmo que você não esteja”, relata.

Foi no sindicato onde ela encontrou forças para superar a situação. Ela começou a trabalhar como Secretária de Mulheres. “Eu tenho que ajudar outras mulheres. E se eu viver nesse ciclo de violência, como vou poder ajudar? Qual é o meu exemplo? Qual é o meu depoimento?”, refletia Luzanira na época. “Foi daí que eu me separei. Eu tomei coragem, coloquei uma roupa dentro de uma bolsa e saí de casa. E não voltei mais. Foi isso que me deu força para superar e poder ajudar outras mulheres”, relembra. Depois, surgiu a parceria com o Esplar no projeto Educação para a Liberdade.

Com todo o apoio do sindicato, o projeto proporcionou a criação de grupos de mulheres em comunidades rurais e assentamentos de Tamboril. Luzanira demonstra muito orgulho de sua participação nas atividades do projeto e ressalta como esse trabalho a fortaleceu. “A partir do projeto, das formações, das orientações que são dadas, é que as mulheres se fortalecem. Se você não tiver conhecimento, você não tem base. Se você não tiver base, vai viver ali e achar que nasceu assim e assim tem que ficar. A base do projeto é essa formação, a informação que é levada para as mulheres. É um projeto riquíssimo”, afirma.