Representantes de organizações e movimentos da sociedade civil e de órgãos públicos participaram ontem (29/9) de uma audiência pública para debater o Plano Estadual de Agroecologia na Assembleia Legislativa do Ceará.
A audiência foi articulada pelo Movimento Ceará Agroecológico, que reúne organizações da sociedade civil e órgãos públicos na construção de um plano agroecológico do Ceará, e requerida pelos deputados estaduais Elmano de Freitas (PT), Moisés Braz (PT) e Renato Roseno (PSOL).
Representando o Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), Cristina Nascimento, destacou o dado, noticiado ontem pelo jornais, de que o Ceará é o terceiro estado do País no consumo de agrotóxico, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Só por isso já justificaria não só esta audiência como também a existência urgente de um plano agroecológico no nosso estado”, afirmou.
Cristina defendeu que os cerca 350 mil agricultores e agricultoras familiares do Ceará sejam sensibilizados para o “reencontro da sua identidade de agricultores e agricultoras camponeses” e que o plano agroecológico deve viabilizar esse objetivo.
A necessidade de uma maior participação dos agricultores e agricultoras familiares na construção do plano foi destacada por José Ricardo de Oliveira, dirigente estadual do Movimento Sem Terra (MST). “Agroecologia tem que ser participativa. Agroecologia tem que passar para além dessas plenárias e audiências. Elas têm que acontecer nas comunidades, assentamentos e aldeias e todos os trabalhadores e trabalhadoras têm que ser consultados. São eles que vão fazer agroeoclogia na prática”, defendeu.
O deputado Renato Roseno solicitou como encaminhamento da audiência a realização de um seminário ainda este ano para ampliar o debate sobre o tema e dar prosseguimento à construção do plano.
Confira fotos da audiência.