João Ambrósio de Araújo Filho: defensor da Caatinga e dos seus mistérios

29/05/2023 22:23:46

Homenagem do Esplar ao pesquisador e defensor da Caatinga.

Nesta semana alunos, colega e admiradores do trabalho de João Ambrósio de Araújo Filho foram surpreendidos pela triste notícia do seu falecimento. Destacado cientista da Caatinga, João Ambrósio dedicou sua carreira ao estudo do manejo pastoril sustentável do bioma.

Foi pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos no período de 1984 a 2006, professor adjunto da UFC (1970-1984) e da Universidade Estadual Vale do Acaraú (1994-2012). João Ambrósio apreciava as aulas de campo e foi lá que entrou em contato com os saberes dos camponeses, conhecimento esse que fez questão de valorizar e integrar às suas pesquisas. Com larga experiência no manejo agrossilvipastoril da Caatinga, lançou em 2013 o livro “Manejo pastoril sustentável da caatinga”.

Nesta entrevista concedida ao Instituto Nacional do Semiárido, João Ambrósio explica sua preocupação com a desertificação e degradação do semiárido.

Elzira Saraiva, técnica do Esplar, foi aluna e orientanda do professor. Ela relata como iniciou seu trabalho com João Ambrósio e seu papel na pesquisa na Agronomia:

"Conheci João Ambrósio quando ele estava voltando do PhD nos Estados Unidos e eu era estudante de Agronomia na UFC. Encantei-me com a forma como Ambrósio estudava a caatinga e me ofereci para trabalhar com ele nas atividades de coleta de amostras no campo. Participei de coletas em Quixadá, numa fazenda da UFC, onde ele tinha um experimento com pastagem nativa e a criação de bovinos, em Tauá, na localidade de Pau Preto, onde ele tinha outro grande experimento com manejo de pastagem nativa e a criação combinada de ovinos, caprinos e bovinos. Fui sua orientanda e, depois que comecei a trabalhar no Esplar, chamamos o professor em diferentes oportunidades para eventos de capacitação. Ele adorava dar aulas de campo e a gente sempre aprendia muito. Para ele, e para mim também, a caatinga era um eterno mistério. Ele dizia que não se preocupava se a pesquisa dele estava completa, porque todas as suas pesquisas sempre lhe trouxeram mais indagações que respostas e ele pretendia continuar buscando as respostas enquanto pudesse. Agora que ele se foi temos que continuar buscando respostas só que sem o auxílio de sua mente inquisidora e sua apaixonada entrega aos mistérios da caatinga."

Fica a homenagem do Esplar a esse grande defensor do semiárido brasileiro.

Foto: Luís Cláudio Mattos

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