Trabalhadoras rurais aprendem sobre direitos das mulheres e combate à violência

29/05/2023 22:27:39

Mulheres de comunidade quilombola e aldeia indígena no município de Tamboril estudam a Lei Maria da Penha

Por decisão própria, mulheres de comunidades rurais, quilombolas e aldeias indígenas dos municípios de Tamboril, Nova Russas e Monsenhor Tabosa conquistaram a liberdade de dedicar parte do seu tempo para estudar a Lei Maria da Penha e conhecer seus direitos. Nos últimos quatro meses, elas encontraram nas oficinas do projeto Educação para a Liberdade a oportunidade de falar sobre a violência doméstica.

Algumas destas trabalhadoras rurais enfrentaram a resistência de seus maridos para que pudessem participar das reuniões, mesmo assim estiveram presentes a fim de saber  como enfrentar violações de direitos, falar de suas vivências e descobrir as alternativas para que uma mulher escape de uma vida de abusos e agressões.

As orientações da cartilha “Enfrentando a Violência contra as Mulheres” e os debates levaram as integrantes do projeto a identificar formas de violência psicológica nas suas relações familiares. “Descobri uma coisa em mim que eu não sabia, sofro violência dos meus filhos. Tenho certeza que isso vai mudar”, disse uma das trabalhadoras rurais.

Conhecendo os artigos da Lei 11.340/06, a Lei Maria da Penha, elas passaram a perceber que  situações cotidianas em seus casamentos, como o sexo forçado, na verdade são violência de seus parceiros.  “Não entedia, achava que era normal, não tinha informação”, refletiu uma delas.

Ainda que a distância entre as comunidades rurais e os equipamentos públicos de combate à violência contra a mulher dificulte o acesso à Justiça, as sertanejas do semiárido sabem a da importância de uma lei para proteger a vida delas. “Com a lei, a violência pode ter limite. As mulheres podem ter conhecimento e assumir a própria personalidade e precisam ter coragem de contrariar o marido”, afirmou uma das integrantes do grupo.

O Esplar adere à campanha internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres e as 13 oficinas, realizadas de agosto a novembro pela equipe de técnicos do Esplar, foram o início da mobilização em três municípios atendidos pelo projeto Educação para a Liberade. Em 2016, acontecerão três encontros municipais com representantes do poder público, da sociedade civil, e as trabalhadoras rurais. Reunindo os profissionais da rede de proteção à mulher, os Seminários Territoriais buscarão estratégias de combate à violência de gênero.

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