Na manhã desta segunda-feira, prefeitos de 181 municípios cearenses assinaram o termo de adesão ao Programa Garantia Safra pelos próximos dois anos. O programa federal indeniza agricultores e agricultoras que perderam parte de sua colheita devido à falta de chuvas. No Ceará, onde a estiagem já dura cinco anos, quase 250 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais perderam metade do que foi plantado e precisarão recorrer ao benefício.
Na cerimônia, realizada no Palácio da Abolição, o Governador Camilo Santana anunciou os investimentos federais de 179 milhões para construção de sistemas de abastecimento de água e cisternas de placas, a compra de 19 máquinas para perfuração de poços profundos, assim como a aplicação de 48 milhões de reais em obras de adutoras nos municípios onde a seca se agrava. “São prioridades que estamos dando porque sabemos a importância disso para homens e mulheres do campo que produzem alimentos”, declarou o governador.
Os representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) comemoraram também a desapropriação de mais de dez mil hectares da Fazenda Uruanan, localizada nos municípios de Chorozinho, Ocara, Cascavel e Aracoiaba. O processo esperava há cerca de dez anos pela assinatura do decreto, que aconteceu no evento. Nestes quatro municípios, 900 famílias serão reassentadas e poderão trabalhar no plantio de caju e na criação de animais.
Em pronunciamento, o Secretário de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira, reafirmou a necessidade do Garantia Safra para “amenizar o que os agricultores e agricultoras perderam em sua produção” e ponderou que há previsão de continuidade de seca pelos próximos seis meses, o que exige a ação do Governo do Estado para garantir o abastecimento de milho para a alimentação animal.
Sob os gritos de ordem de “Não vai ter golpe de novo", os manifestantes do MST, que lotaram o auditório do Palácio, saudaram o discurso de seu representante contra a tentativa de golpe à presidenta Dilma Roussef. “Não ao golpe porque o Nordeste avançou e não queremos o retrocesso”, declarou.
Luiz Carlos Ribeira Lima, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (FETRAECE), apontou as conquistas sociais para agricultores e agricultoras trazidas com o Garantia Safra. Defendeu os programas sociais de convivência com a seca e a melhoria da qualidade de vida dos cearenses, que hoje não precisam mais submeter-se às frentes de trabalho, onde executavam serviços braçais em obras públicas, os chamados “cassacos”.
O Garantia Safra faz parte do Plano Safra 2015/2016 “Agricultura Familiar, alimentos saudáveis para o Brasil”, do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que será lançado pela presidenta Dilma nesta terça-feira (03)
ESPLAR - Centro de Pesquisa e Assessoria. ©Copyright 2024. Todos os direitos reservados.
Usaremos cookies para melhorar e personalizar sua experiência se você continuar navegando. Podemos também usar cookies para exibir anúncios personalizados. Clique em EU ACEITO para navegar normalmente ou clique aqui e saiba mais sobre a nossa Política de Privacidade e nossa Política de Cookies.