Elisa Monguzzi é uma senhora italiana e mora perto da cidade de Milão.
Samuel Delfino da Silva é um menino de sete anos, ele mora com a avó na cidade cearense de Nova Russas e estuda em escola pública do município. Os dois não são parentes, nem nunca se encontraram, mas através do projeto Educação Para a Liberdade participam da vida um do outro.
O trabalho educativo desenvolvido pelo Esplar há cinco anos destina-se a duas mil e duzentas crianças e adolescentes de Nova Russas, Tamboril e Monsenhor Tabosa e é mantido por doações feitas por cidadãos e cidadãs italianas. A solidariedade à distância, rede da qual Elisa faz parte, sustenta o trabalho de formação cidadã de crianças e adolescentes do Sertão de Crateús.
Cerca de vinte e cinco alunos e alunas estudam na turma de segundo ano da Escola Mariano Rodrigues Costa, da comunidade Canindezinho em Nova Russas. Samuel e seus colegas estão aprendendo a ler e escrever e, todos os dias, a professora Luana da Silva Melo lhes ensina Português, Matemática, Ciências. Além do conteúdo curricular dos livros, o grupo tem recebido as oficinas nas quais as educadoras do Educação Para a Liberdade apresentam informações sobre Direitos da Criança e do Adolescente, ensinam sobre alimentação saudável e sobre a participação das novas gerações na preservação ambiental.
Há cinco anos, Elisa Monguzzi faz doações para a iniciativa de Solidariedade à Distância, arrecadação internacional promovida ONG We World para apoiar projetos sociais. Ao todo, existem quarenta mil colaboradores e colaboradoras, cuja doação é repassada para projetos sociais que atendem 800 mil mulheres e crianças de oito países: Índia, Kênia, Tanzânia, Nepal, Camboja , Itália, Benin e no Brasil, onde o projeto Educação Para a Liberdade é um dos parceiros. O doador recebe cartas e fotos das crianças, acompanha seu crescimento e aprendizado e também pode remeter mensagens.
Em maio, Samuel recebeu mais uma carta de sua amiga italiana. Elisa havia escrito um cartão de Natal desejando felicitações ao menino e à sua família. O garoto mora com a avó, ele conta que sua mãe trabalha em um restaurante no Rio de Janeiro e seu pai é um dos “pipeiros” de Nova Russas. “Ele pega água do cacimbão e leva para a casa das pessoas”, explica o menino. Quando não chove o suficiente em algumas cidades do Ceará, como aconteceu nos últimos cinco anos, os açudes secam e algumas comunidades entram em racionamento de água, dependendo do abastecimento dos carros-pipa.
Na escola de Samuel, o Projeto Educação Para a Liberdade realizou a Campanha Água Nossa de Cada Dia, orientando sobre preservação ambiental, tema que Elisa considera relevante na formação das crianças. “É importante entender, desde criança, o respeito pela natureza. Aprender as bases para saber plantar, sobretudo no contexto onde o Samuel mora, é riquíssimo e necessário. Nós aqui na Itália temos abundância de água e muitas vezes acontece que é desperdiçada, nem nos damos conta do imenso valor que ela tem e que ela é preciosa. Samuel com certeza já deve saber do imenso valor da água, mesmo sendo tão pequeno”, afirma Elisa.
“Olá Elisa, recebi seu cartão e gostei muito. Obrigado pelo elogio, eu gosto de estudar, estou estudando o segundo ano”, escreveu Samuel. Elisa deverá continuar recebendo cartas de Samuel e diz que gostaria de vir ao Brasil e conhecê-lo “Há um pequeno problema: morro de medo do avião!”, diz a colaboradora.
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