Agricultores de Paramoti participam de intercâmbio pelo P1+2

29/05/2023 23:48:01

Maria Irenilda Morais dos Santos, ou Irene, como é conhecida no assentamento Pajeúna, em Caridade (95km de Fortaleza), deixa os olhos correrem pela paisagem ao redor de sua casa e diz sorrindo: “eu moro é no paraíso”.

Mesmo depois de 9 anos morando no local, a agricultora não deixa de se encantar. E foi com essa experiência que um grupo de 35 agricultores do município vizinho, Paramoti, começou o dia de intercâmbio pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).  

Irene recebeu a tecnologia barreiro trincheira no ano passado e já expõe a fartura de sua produção. Com predominância de fruteiras em seu terreno de aproximadamente 1 hectare, a agricultora gera renda através da venda da polpa das frutas produzidas na sua terra. 

A família da agricultora parece adotar o esquema de “corrente do bem”. Ontem beneficiados, hoje levado benefícios para outras pessoas que precisam. O marido de Irene, Ernani, é pedreiro e hoje participa do P1+2 construindo cisternas pela vizinhança. 

A agricultora Regina Lúcia Barbosa, participante do intercâmbio, concluiu desta primeira experiência que a família é organizada e interessada em produzir. Mais que isso: Regina vai poder reproduzir o que viu nas terras de Irene pela razão de que  “o êxito é porque tem água e as terras são boas e produtivas”.

Na segunda visita do intercâmbio, os agricultores conheceram a experiência do produtor agroecológico Antônio José Ferreira do Nascimento. Com apenas 30 anos, Antônio se mostra consciente com as escolhas que fez na vida. Diz ter orgulho de ser agricultor e investe em si mesmo e na propriedade.

Através de cursos, ele aprendeu a produzir sem utilizar agrotóxicos. Para cuidar de sua produção, ele utiliza apenas “defensores naturais”, que não agridem nem ao meio ambiente, nem aos consumidores de seus produtos. Interessados, os agricultores que o visitavam no intercâmbio, não paravam de questionar as possibilidades dessa produção não agressiva. E Antônio respondia a todos, dando dicas de como reproduzir as ideias nas propriedades deles.

Com os intercâmbios promovidos pelo P1+2, Antônio conheceu a possibilidade de plantar diversas culturas no mesmo espaço, aproveitando bem seu meio hectare de terra. Hoje, ele vive do que planta e gera renda vendendo seus produtos. E diz que nunca parou para fazer as contas de quanto consegue faturar, mas diz que é suficiente para a família.

O agricultor Antônio Carlos Oliveira, participante do intercâmbio, elogia a variedade na produção de Antônio. Já o agricultor João Conrado fica maravilhado com a organização da produção. Tudo é muito bem dividido e cuidado. Antônio, o agricultor anfitrião, gasta cerca de 6 mil litros de água por dia para cuidar de sua produção. E ainda faz durar mais a umidade do solo aproveitando palha de bananeira e restos de plantas sobre a terra.

O encontro teve fim com agricultores cheios de ideias para aplicar em suas propriedades e ansiosos com a chegada das tecnologias do P1+2. A previsão é levar as implementações no prazo de aproximadamente um ano.

Por Evelyn Ferreira* (texto e fotos)

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