Depois de longo período sem comercializar por conta da pouca produção decorrente da seca prolongada, a esperança renasceu nesse mês de maio, com a realização da Feira na cidade de Choró na manhã desta quarta-feira (28). Cerca de 24 feirantes, em sua maioria mulheres, comercializavam artigos de artesanato e diversos alimentos: bolo, biscoitos, doce, coco, cocada, mel, limão, melancia, ovos, jerimum, milho, pitomba, ata. Também estavam sendo vendidas galinhas caipiras e mudas de plantas diversas.
Marcaram presença na Feira agricultores/as das comunidades Palestina, Serra da Palha, Croatá, Riachão, Riacho do Meio, São José, São Luiz, Barreiras Branca, Carnaubinha e Santa Rita. Uma delas é Verônica de Sousa, da comunidade Santa Rita. Ela veio representar o Grupo de Mulheres Artesãs Rurais pela Economia Solidária (Grumares), criado em 2001 em um trabalho conjunto com a assessoria técnica do Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria. Trouxe para a Feira tapete, jogo de banheiro, cinto, bolsa, caminho de mesa, jogo americano, descanso de panela, cachecol.
Verônica ressalta que os produtos são feitos com algodão 100% agroecológico, produzido em sua totalidade por agricultores de comunidades de Choró, assessorados pelo Esplar. “Foi ótimo, eu amei, se tivesse amanhã eu vinha de novo”, conclui com entusiasmo, referindo-se à realização da Feira.
Comercializando mel, cajarana, coco e mudas de ata, acerola e caju, os agricultores Manoel Paulino (Croatá) e Francisco Dantas (Riacho do Meio) também são acompanhados pelo Esplar. Manoel já comercializava em 2011, quando a feira ainda acontecia com regularidade. Francisco estava lá pela primeira vez. Mas a vontade de continuar e dar fôlego para que a experiência continue é compartihada por ambos.
Eliane Ramos, tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Choró (STTR-Choró), também está animada para continuar. Ela pontua que a Feira ainda tem alguns problemas de estrutura, mas que a ideia é que siga acontecendo uma vez por mês. Ela diz ainda que os feirantes e produtos devem aumentar, por conta da produção que começa nos quintais graças ao recebimento de cisternas para produção: “Até julho ou agosto nós vamos ter muitos produtos, pois tem quintais que estão começando a ser implantados agora. As hortaliças vão vir com certeza”.
A Feira, realizada pelo Instituto Agropolos do Ceará e pelo STTR-Choró, contou também com muitas falas dos presentes e dos próprios agricultores sobre a vontade de continuidade da Feira e sobre temas realivos à agroecologia. Uma das falas foi de Magnólia Said, técnica do Esplar. Magnólia falou sobre agrotóxicos e transgênicos, pontuando que é importante o cuidado com a terra e a organização, principalmente das mulheres agricultoras, no combate a esses venenos e transgênicos e para o fortalecimento da agroecologia.
Ao final da Feira foi marcado um encontro para semana que vem, no STTR-Choró, para que os agricultores/as possam avaliar a feira e discutir a regularidade e as melhorias que precisam ser feitas.
Por Tainara Carvalho* (texto e fotos)
Assessora de Comunicação Esplar
