O plano propõe medidas emergenciais para o enfrentamento da crise hídrica no estado.
O Esplar, no seu Plano Local de Direito (2013-2017), estabeleceu como objetivo estratégico assegurar a efetivação do direito ao acesso à água de beber de qualidade. No momento de análise e debate, destacaram-se as seguintes prioridades: realizar campanha sobre o uso racional da água como valor universal e contribuir na incidência de políticas públicas para acesso à água, fortalecendo espaços de articulação política.
Atualmente, os açudes cearenses estão com capacidade abaixo de 30%. No município de Crateús (354km de Fortaleza), o Açude Barragem do Batalhão, que atendia à população local, está totalmente seco. O abastecimento agora é com água de açude de município vizinho, bombeada por meio de adutora.
O Ceará deve enfrentar o quarto ano seguido de seca, segundo os últimos prognósticos divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). De acordo com o estudo, o volume de chuvas até maio ficará abaixo das médias históricas.
Segundo a advogada Magnólia Said, esse momento proposto pelo Esplar " é importante porque a gente pode olhar para o nosso trabalho no sentido de ver se as ações do governo a as ações do Esplar de fato contribuem para essa convivência".
Mardônio Martins, técnico do Projeto ATER Agroecologia de Sobral, afirma que é importante discutir o Plano de convivência com a seca porque os meios de captação de água não são suficientes para a população e os que existem são mal distribuídos nas regiões. Na análise dele, não há prioridade em discutir o tema por parte do poder público no municípios.
Para a engenheira agrônoma Alexandra Magalhães, "esse momento de discussão do plano é importante para identificar a situação das pessoas acompanhadas por nós, pensar nas demandas e contribuir de forma real para o plano".
Na percepção de Samara Santos, técnica agrícola do Projeto ATER Agroecologia dos Sertões dos Inhamuns, essa discussão é importante porque, para ela, a água é a base de tudo. Ainda de acordo com ela, “tudo que trabalhamos é voltado para a discussão sobre a água. É importante que todos e todas conheçam o plano e se aprofundem nele para ajudar em campo e nas discussões”.
Entre os encaminhamentos do debate, estão as seguintes ações: fazer leitura, análise e críticas ao plano; identificar os desafios e apontar possíveis soluções; discutir o plano com o público beneficiário do Esplar e adequá-lo a uma linguagem acessível.