O presidente do Esplar, Marcus de Oliveira, participou da reunião apresentando o tema “Biodiversidade, sementes, soberania e segurança alimentar”. Marcus destacou a importância do conhecimento tradicional para a manutenção da biodiversidade. Segundo Marcus, a substituição de sementes crioulas por sementes “melhoradas” contribui para a erosão genética, que é a perda da diversidade genética das culturas. “As casas de sementes são muito importantes para a manutenção da biodiversidade de cultivo”, afirmou Marcus.
Após a fala de Marcus de Oliveira, a coordenadora do projeto, Andrea Sousa Lima, coordenadora do Sementes do Semiárido pelo Esplar, apresentou o projeto aos participantes. Em seguida, os representantes das comissões se dividiram em grupo e propuseram as comunidades que poderão receber as ações do projeto. Ao final do encontro, a equipe técnica agendou as datas de visitas às comunidades.
Sementes do Semiárido
O objetivo do projeto é propiciar o acesso descentralizado de agricultores e agricultoras a sementes, propiciando a preservação, multiplicação, estoque e distribuição de sementes criolas. Será realizada a estruturação de casas de sementes comunitárias e capacitação dos agricultores e agricultoras na busca da garantia da soberania e segurança alimentar e nutricional.
O Esplar acompanhará 29 casas em dez municípios: Quixeramobim, Quixadá, Choró, Ibaretama, Nova Russas, Quiterianópolis, Tamboril, Ipaporanga, Russas e Pereiro.
Irmã Socorro Mota, de Ipaporanga, relatou que a expectativa das comunidades do município é muito positiva. Ela informou que Ipaporanga ainda não tem casas de sementes, mas alguns agricultores e algumas agricultoras guardam sementes nativas, ainda que em pouca quantidade. “Nas comunidades onde conversamos, [os agricultores e agricultoras] ficaram muito alegres e acreditam que são capazes de administrar esse essas casas”. Para ela, as casas de sementes são importantes para propiciar uma alimentação de qualidade, sem agrotóxicos, e promover a conscientização do cuidado com a natureza.