Em boas-vindas aos participantes, a presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará (Consea-CE), Malvinier Macedo, lembrou que o Brasil alcançou avanços importantes na área, com destaque para a saída do país do Mapa da Fome em 2014, mas que outros desafios ainda permanecem.
Cintando dados da Pesquisa por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2013, Malvinier lembrou que ainda há muita luta pela frente. Ela destaca que 23% dos domicílios cearenses passam por insegurança alimentar leve, 7,4% estão em situação de insegurança alimentar moderada e 5,1% em insegurança alimentar grave. “É essa pobreza e essa miséria que ainda não foi revelada em seu todo, mas que a gente sabe que existe, que precisa de um novo olhar e que zeremos isso”, afirmou.
Malvinier frisou o papel das ações de convivência com o semiárido, realizadas por instituições ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e ao Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), no acesso à água e na produção de alimentos que proporcionam a soberania e segurança alimentar da população do Semiárido.
Em Conferência Magna, a presidente do Consea Nacional, Emília Pacheco, ressaltou a agricultura familiar como setor fundamental para a soberania e segurança alimentar e nutricional do país: “Comer é um ato político. É preciso valorizar o trabalho da agricultura familiar e reconhecer a comida como patrimônio e não como mercadoria e trazer de forma mais viva a dimensão cultural desse alimento, que nos lembra os festejos, os afetos, as famílias comendo unidas. Os circuitos de proximidade, como as feiras agroecológicas, promovem a troca de saberes e trazem as culturas locais para os espaços de circulação”.
Os delegados e delegadas se dividiram em três eixos temáticos: “Comida de verdade: avanços e obstáculos para a conquista da alimentação adequada e da soberania alimentar”; “Dinâmicas em curso, escolhas estratégicas e alcances da política pública”; e “Fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional”. As propostas debatidas são resultantes das conferências municipais e territoriais que antecederam o evento estadual e foram aprovadas em planária.
Dos 319 delegados e delegadas participantes, 39 foram eleitos para representar a sociedade civil cearense na Conferência Nacional, que ocorre em Brasília, de 3 a 6 de novembro deste ano; 18 representarão o poder público.
Pra vocês, as boas-vindas
Povo bom, povo animado
Estamos aqui com fé
Para um trabalho afinado
Porque esta conferência
Tem que dá bom resultado
Hoje, amanhã e depois
Temos muito o que fazer
Que comida de verdade
O verdadeiro de comer
Para o campo e para cidade
Temos nós que defender
(Sextilha de Malvinier Macedo declamada na abertura da Conferência Estadual). Texto e fotos: Renata de Lima (Assessoria de Comunicação do Esplar - Centro de Pesquisa e Assessoria).
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