Designado como “A Questão do Gênero e da Educação Emancipatória para uma Nova Política Pública de Educação no Ceará”, o projeto proporcionará cursos, seminários e intercâmbios sobre a educação contextualizada, com a finalidade de que estas comunidades escolares: cerca de mil educadoras/res, pais, mães e aproximadamente 15 mil alunos e alunas possam aprender alternativas que melhoram a vida de quem habita o Semiárido, ao mesmo tempo em que preservam recursos naturais da região.
Estão previstas também formações sobre igualdade de gênero, enfrentamento à violência doméstica, garantia de direitos e cidadania das mulheres, com intuito de que os projetos político-pedagógicos das escolas públicas beneficiadas incluam estas temáticas em seus objetivos.
Elaborado e coordenado pela Fundação We World Onlus, executado por organizações da sociedade civil e organizações não governamentais: Esplar, Pastoral do Menor, Instituto Maria da Penha, Cáritas Diocesana de Crateús, Associação de Cooperação Agrícola do Estado do Ceará (Acace) e Escola Família Agrícola de Independência, o projeto recebe recursos da União Europeia e tem duração de quatro anos.
Ao Esplar, Centro de Pesquisa e Assessoria, caberá a realização de campanhas e cursos para 30 grupos de mulheres atuantes nas comunidades escolares locais. A elas serão apresentados temas como educação emancipatória, equidade de gênero, o enfrentamento à violência doméstica, gênero e feminismo e políticas públicas para as mulheres. A organização parceira nestas atividades será o Instituto Maria da Penha, que também buscará integrar os Conselhos Municipais das Mulheres em uma rede estadual.
Ponto de partida
No dia 3 de maio, 180 gestores municipais, entre prefeitos, secretários/as de educação e chefes/as de gabinete, representaram dezesseis municípios do Sertão Central e Região dos Inhamuns/Crateús, área de abrangência do projeto, no primeiro intercâmbio realizado.
No encontro, puderam conhecer o trabalho realizado em Ipaporanga, cidade que sediou o evento. Lá foi aprovada uma lei municipal que institui a educação contextualizada como modelo de ensino nas escolas. Uma das propostas desta cooperação é que políticos das vinte cidades possam apoiar a educação contextualizada, participando da elaboração e aprovação de lei que defendam a sua aplicação.
Os participantes também visitaram uma casa onde há o sistema de reaproveitamento de água (Bioágua); escolas abastecida com água da chuva armazenada em cisternas de placa; áreas de trabalho coletivo da agricultura familiar conhecidos como Mandala e também a experiência de Ecociclo, sistema de irrigação que diminui o consumo de água. Estas experiências estão integradas à proposta de educação contextualizada, pois valorizam o ecossistema e a população do campo, apresentam aos estudantes formas agroecológicas de cultivo, reconhecem a importância e o conhecimento dos homens e mulheres rurais e garantem o acesso à água e alimentação saudável.
Área de atuação
O projeto estará presente em escolas de Crateús, Independência, Ipaporanga, Nova Russas, Quiterianópolis, Santa Quitéria, Tamboril, Tauá, Ararendá, Ipueiras, Monsenhor Tabosa e Poranga (Território dos Inhamuns/Crateús).Choró, Ibaretama, Mombaça, Pedra Branca, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Madalena (Território do Sertão Central).
Fotos: Caritas Diocesana de Crateús