Reuniões com Secretarias de Educação iniciam campanha contra bullying nas escolas

30/05/2023 08:13:02
Reuniões com Secretarias de Educação iniciam campanha contra bullying nas escolas

O combate ao bullying e à violência intraescolar será trabalhado durante nova campanha do programa Solidariedade à Distância.

A nova campanha Solidariedade à Distância (SaD) do projeto Educação para a Liberdade, financiado pela instituição internacional We World, teve início na última quarta-feira (7), em reuniões de negociação com as Secretarias Municipais de Educação de Tamboril, Nova Russas e Monsenhor Tabosa, no sertão dos Crateús. O projeto é desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Assessoria (Esplar) e beneficia mulheres e crianças camponesas. A temporada 2018 do SaD abordará o combate ao bullying e a todas as formas de preconceito, por meio do tema “Parece brincadeira, mas não é”.

O intuito da campanha é evitar que a violência tome conta do ambiente escolar. De acordo com a Lei 13185/15, o bullying caracteriza-se por constrangimento sistemático no qual há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação. “Nós atuamos em escolas municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental. A ideia da temática nasce do sentimento partilhado pelos professores nas escolas em que estamos presentes. Nasce muito da angústia desses profissionais que nos procuram para dizer que a violência está crescente em sala de aula”, revela Elzineide Marques, coordenadora do SaD da We World no Brasil.

Conforme a advogada Daniella Alencar, técnica do projeto Educação para a Liberdade, existe uma subnotificação dos casos de bullying, o que dificulta um diagnóstico dessa problemática nas escolas. “Isso acontece porque a violência intraescolar não é identificada como bullying. Esse termo é muito recente e os estudos sobre isso também são. Mas essa violência é muito presente nas escolas. Há uma necessidade das professoras e dos professores de tematizar e lidar com isso”, explica a advogada.

Abordar com crianças temáticas complexas como preconceito e violência não é uma tarefa fácil. Por isso, a equipe do projeto Educação para a Liberdade vai recorrer à arte-educação para viabilizar o processo durante as oficinas. “A proposta é trabalhar esse tema por meio de instrumentos lúdicos, contação de história e teatro do oprimido, que vão trazer à tona as diferenças. A ideia é abordar que as pessoas são diferentes e as brincadeiras precisam ser saudáveis. Para a criança, se não for confortável, não é brincadeira”, esclarece Andrea Sousa, coordenadora do projeto.

As oficinas com as crianças acompanhadas pelo projeto terão o intuito de descontruir o sistema que estabelece padrões e fazê-las perceber as diferenças como algo positivo. “Hoje é hegemônica essa cultura de estabelecer padrões. Padrão de corpo, padrão de cabelo, padrão de cor de pele. Promover a desconstrução desse sistema através das crianças é uma finalidade que a gente pode atingir lá na frente. A gente vai colocar uma semente”, pontua Daniella Alencar.

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