Merendeiras e auxiliares de limpeza de 20 unidades aprendem sobre uso sustentável desse recurso, e as comunidades escolares recebem kits de higiene.
As atividades escolares estão prestes a ser retomadas na região do semiárido cearense. Máscara, álcool em gel e distanciamento social são aliados essenciais, mas não exclusivos, para uma volta segura nesse contexto de pandemia. Merendeiras e auxiliares de limpeza de 20 unidades estão recebendo treinamento para cuidar da água, da cisterna ao copo. A iniciativa é conduzida pelo Esplar e pela ActionAid.
Nessa formação, as trabalhadoras e trabalhadores recebem orientações técnicas sobre como utilizar a cisterna com todo cuidado, para que a água permaneça potável. Eles aprendem técnicas para higienizar os contêineres e mantê-los devidamente fechados, e para limpar os filtros. Esse mesmo cuidado deve estar presente, até mesmo, em uma pequena jarra de refresco.
“O principal elemento para garantir a segurança no retorno às aulas é a água, que envolve limpeza, alimentação e consumo. Para além da Covid-19, o cuidado adequado da água também previne a incidência de verminoses, provocadas em geral por água contaminada, o que resulta em menos idas a postos de saúde durante a pandemia”, explica Neuma Morais, pedagoga e coordenadora do projeto Educação Ambiental nas Escolas, do Esplar.
Estiagem e reaproveitamento da água de forma segura
O retorno às aulas de escolas rurais no Ceará ocorre em pleno período de estiagem no semiárido, quando não há chuvas. Num momento crucial da pandemia, muitas unidades devem enfrentar problemas de acesso à água. No treinamento, as funcionárias e funcionários aprendem sobre guarda da água da chuva e bioágua – uma tecnologia de reuso de águas cinzas. Com as técnicas devidamente empregadas, disponibiliza-se mais água para as unidades – sem risco de contaminação de estudantes ou profissionais.
“Nessa época do ano, os reservatórios naturais e artificiais de água, como açudes e barreiros, tendem a baixar bastante o nível ou, em muitos casos, secar por total. Por isso, é necessário ter bastante cuidado com a água acumulada na cisterna. É preciso preservar as tecnologias de convivência com o semiárido e fazer o manejo adequado evitando assim perda ou contaminação de água. O uso racional também é fundamental para que a água acumulada no reservatório abasteça as necessidades até a próxima quadra chuvosa”, explica Nacélio Chaves, engenheiro agrônomo e técnico do Esplar.
Distribuição de kits de higiene
A parceria do Esplar e da ActionAid vai além. As organizações estão distribuindo totens com suporte de álcool em gel, garrafas de uso individual para beber água e kits higiênicos com álcool, água sanitária, detergente e sabonete líquido.
“Esses kits serão muito úteis nesse momento de retorno. Nós temos que iniciar esse momento presencial com esses kits para voltar de forma responsável e comprometida com os nossos alunos, para não colocar a vida deles em risco”, explica Neuda Carneiro, diretora da escola municipal Zilcar de Sousa Holanda, no distrito Cipó dos Anjos, em Quixadá.
“O acesso e uso adequado da água proporcionam a segurança para que a criança tenha as condições adequadas de ser criança. Ou seja: estudar, brincar, se deslocar com saúde e com garantia de que esse recurso fundamental estará disponível mesmo em contexto de insegurança hídrica, seca e mudanças climáticas cada vez mais intensas especialmente no semiárido. Para além do olhar para as tecnologias sociais, é preciso propiciar treinamentos e orientação para que todos e todas façam o melhor manejo possível da água e estejam protegidos”, afirma Junior Aleixo, especialista em Mudanças Climáticas na ActionAid.
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