O Esplar começou o processo de cadastro das famílias que serão beneficiadas pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) na última quinta-feira (4). O programa é direcionado às famílias agricultoras em situação de pobreza atingidas pela falta regular de água. As comunidades tradicionais têm prioridade no cadastro, embora não exclusiva.
Cerca de 769 cisternas serão implantadas na microrregião Fortaleza, sob responsabilidade do Esplar. A área corresponde aos municípios de Pacajus, Chorozinho, Cascavel e Beberibe. Para participar do projeto, as famílias devem possuir uma residência com uma área mínima de telhado capaz de garantir o abastecimento da cisterna por meio da captação de água da chuva.
A seleção das comunidades e das famílias beneficiadas com a tecnologia acontece em diálogo com as comissões municipais, compostas pelos sindicatos rurais, pelas empresas de assistência técnica, por secretarias municipais e comissões pastorais. “As comissões municipais têm um papel muito importante neste projeto, porque elas sabem quais são as comunidades e as famílias mais emergenciais”, explica o coordenador do P1MC no Esplar, Nacélio Chaves.
Após a mobilização das comissões, a equipe técnica do Esplar está realizando o cadastro das famílias e o levantamento de informações para compreender quais delas se encaixam nos critérios do programa. Apesar da necessidade de água, o fator determinante para receber a tecnologia é a renda da família.
O Esplar desempenha um papel fundamental como a Unidade Gestora (UG) neste projeto, sob a supervisão da ASA. A organização é encarregada de orientar e coordenar todas as etapas do projeto: a mobilização, a seleção, o cadastro, a capacitação e a implantação.
Nacélio observa: “O Esplar é uma organização pioneira na execução de cisternas aqui no Estado do Ceará. Ao longo do tempo, as cisternas surgiram e foram se aprimorando, e a organização acompanhou todo esse processo, assim como todas as dificuldades para que essa tecnologia possa chegar lá no campo. A gente tem toda essa vivência, de espaço, de documentação. A nossa experiência permite a gente solucionar isso de forma mais rápida”.
Esplar começa cadastro de programa da ASA.
P1MC
O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) foi criado em 1999 pela a ASA com o objetivo de descentralizar o acesso à água para 5 milhões de pessoas, a partir do processo de captação e armazenamento de água da chuva, proporcionando qualidade de vida para as populações que convivem com o semiárido.
Em 2003, o Programa tornou-se uma política pública com a criação do Programa Cisternas durante a primeira gestão do Governo Lula. Nestes 20 anos, mais de 1,5 milhões de cisternas foram erguidas, promovendo significativos avanços no acesso à água no semiárido brasileiro.
No entanto, a partir de 2017, o Programa Cisternas começou a enfrentar sucessivos cortes orçamentários nas administrações de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o que resultou em uma redução expressiva, que, em 2022, alcançou mais de 95%, comprometendo a continuidade das ações.
Em 2023, houve o retorno dos investimentos massivos no Programa na terceira gestão do Lula. 51.490 cisternas de consumo e de produção serão construídas durante o ano de 2024. Para Nacélio, um dos desafios mais significativos enfrentados pelo Esplar durante a escassez de políticas públicas de convivência com o semiárido foi a manutenção da dinâmica operacional dentro da microrregião.
“Garantir a continuidade das atividades e o diálogo junto às comissões tornou-se uma tarefa complexa, uma vez que a ausência de projetos impactou diretamente a disponibilidade de recursos para realizar acompanhamento e oferecer assistência técnica de qualidade”, reflete o coordenador.
Equipe do Esplar realiza cadastros de famílias para o programa P1MC.
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