O semiárido brasileiro é uma região marcada por longos períodos de estiagem, irregularidade de chuvas e altas taxas de perda de água do solo, o que contribui para a difícil retenção da água. Estima-se que menos de 10% da chuva sejam aproveitadas devido à evaporação e ao seu escoamento superficial do solo.
Essa combinação de fatores dificulta o acesso à água para moradoras e moradores da região, principalmente nas áreas rurais. Em uma reportagem antiga do Esplar, moradores relatam caminhar por até três quilômetros para buscar água em um açude. Nos períodos de estiagem, as famílias tornam-se reféns de medidas emergenciais, e alvos de práticas eleitoreiras.
Para se contrapor a essa realidade, o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), criado em 1999 pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), começou a construir tecnologias para garantir o acesso à água de forma contínua para as famílias e comunidades.
As cisternas são tecnologias utilizadas para a captação e o armazenamento de água da chuva, construídas com materiais acessíveis. Esta solução, criada e aperfeiçoada coletivamente em rede, teve como inspiração o costume de estocar água das comunidades no Semiárido Brasileiro.
Durante quase meio século de existência, o Esplar atuou ativamente na construção de soluções para a convivência no Semiárido. Juntamente a outras organizações parceiras, construiu o Fórum Cearense pela a Vida no Semiárido (FCVSA), que é a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) no Ceará.
Separamos os dados sobre o número de cisternas implantadas pelo o Esplar entre os anos de 2001 e 2023:
Cisternas para consumo:
Esse tipo de cisterna armazena a água própria para consumo, para que as famílias possam beber e cozinhar, essa tecnologia impacta positivamente na qualidade de vida das famílias e comunidades rurais, garantindo água potável de forma contínua.
No período de 2001 a 2023, o Esplar atuou na construção de 11.671 cisternas de água para consumo, cada cisterna possui capacidade de até 16 mil litros, um volume suficiente para uma família de até seis pessoas durante oito meses.
Cisternas para produção:
Essas cisternas são voltadas para a armazenagem, para a produção agrícola e para a criação de animais. Dessa forma, a água armazenada garante segurança alimentar e nutricional às famílias, ou seja, promove acesso à comida de qualidade e renda para as famílias.
Durante o período de 2001 a 2023, o Esplar construiu 2.018 cisternas de para produção, que armazenam até 52 mil litros.
Cisternas nas Escolas:
As cisternas em ambiente escolar possibilitam o acesso à água para alunas, alunos, professoras e professores, sendo uma forma de reduzir a evasão escolar e garantir a funcionalidade das atividades da escola. As cisternas na escola armazenam água própria para consumo, entretanto, a capacidade de armazenamento é maior do que as cisternas de primeira água, pois o consumo é maior com capacidade de 56 mil litros. No mesmo período, a equipe do Esplar atuou para a construção de 150 cisternas em escolas.
Desde 2001, o Esplar atua na construção de cisternas e na capacitação de famílias. Como forma de promover a democratização da água e a autonomia da população do semiárido. Atualmente, a organização atua em redes e articulações para continuar no trabalho em prol da convivência do semiárido e para que mais cisternas cheguem a mais famílias.
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