Neste Dia Mundial da Alimentação e Soberania Alimentar, o ESPLAR reafirma o papel central da Agroecologia e a necessidade urgente por Justiça Alimentar como caminho para um futuro justo, sustentável, solidário e equitativo. A Agroecologia é mais do que uma prática agrícola; é um movimento que integra conhecimento ancestral, valoriza a biodiversidade e promove um modelo de produção que respeita o meio ambiente, as comunidades e o bem-estar humano. Num contexto global em que a insegurança alimentar, o desperdício de alimentos, o uso desenfreado de agrotóxicos e a contaminação por transgênicos afetam milhares de pessoas, a Agroecologia surge como uma resposta concreta e urgente.
As práticas da agricultura industrial, pautadas pelo uso intensivo de agrotóxicos e transgênicos, não só contaminam o solo e a água, mas também comprometem a saúde dos alimentos e das pessoas. Isso se reflete na crescente insegurança alimentar, com famílias expostas a alimentos contaminados e à perda de qualidade nutricional. Frente a isso, a Agroecologia se destaca ao propor uma produção de alimentos limpos, saudáveis e acessíveis, colocando a saúde humana e a preservação ambiental no centro da agricultura.
No Semiárido brasileiro, onde milhões de famílias agricultoras convivem com condições adversas, a Agroecologia oferece soluções reais para a convivência com o clima, assegurando a soberania alimentar e o fortalecimento das economias locais. É por meio dessas práticas que conseguimos combater os efeitos da crise hídrica, das secas intensificadas pelas mudanças climáticas e das injustiças que afetam diretamente as comunidades mais pobres. Além disso, ela contribui para a redução dos impactos do desperdício de alimentos, promovendo um manejo sustentável e eficiente dos bens naturais.
Nesse contexto, estão as mulheres, especialmente as mulheres rurais, como as principais guardiãs dos saberes agroecológicos, preservando práticas tradicionais e promovendo a resiliência comunitária. No entanto, elas também são as mais prejudicadas pelos impactos da insegurança alimentar e pelas desigualdades sistêmicas, sendo sobrecarregadas pelo trabalho invisibilizado, pela falta de políticas de apoio e pela exposição a alimentos contaminados. A Agroecologia se coloca também como uma luta feminista, que busca a emancipação dessas mulheres e a construção de um sistema alimentar justo e inclusivo.
Chamamos a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e todos os movimentos sociais e coletivos populares para somarem esforços nesta luta. A defesa da Agroecologia é um ato político e urgente, uma resistência contra o modelo agrícola que explora, degrada e envenena nossas terras, corpos e ecossistemas. A Agroecologia propõe uma alternativa ao domínio das grandes corporações que lucram à custa da fome, da destruição ambiental e da saúde humana, enquanto promove a justiça climática, a igualdade de gênero e o respeito aos saberes populares.
Neste 16 de outubro, reforçamos nosso compromisso em fortalecer a Agroecologia como o caminho necessário para a transformação do Semiárido e de todos os territórios que enfrentam opressões. Defendemos uma agricultura que respeite o meio ambiente, as pessoas e as culturas tradicionais, promovendo a soberania alimentar como um direito fundamental. Que cada semente plantada pela Agroecologia seja uma ação contra a fome, a injustiça e as opressões.
Que a Agroecologia floresça, que a justiça prevaleça, e que a segurança alimentar seja garantida a todas e todos!
Juntas e juntos, na construção de um futuro sustentável, justo e solidário.
Esplar, 16/10/2024
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