A implantação dos bancos ou casas de sementes vai ser feita em parceria com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC) e vai beneficiar pelo menos 12 mil famílias que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
A técnica do Esplar Elzira Saraiva explica a diferença entre bancos e casas de sementes e porque o Ceará adota o nome "casas de sementes".
"Como fundadora da Rede de Intercâmbio de Sementes do Ceará (RIS-CE) participei de várias reuniões de intercâmbio no espaço da Rede PTA (a rede que deu origem a Articulação Nacional de Agroecologia-ANA). Em uma dessas reuniões apresentamos a experiência da guarda coletiva de sementes como forma de proteção das variedades tradicionais. Era uma reunião latino-americana e o debate na época era sobre as chamadas TRIPS (sigla em inglês para as leis de propriedade intelectual imposta a todos os países membros da Organização Mundial do Comércio - OMC) e suas consequências para o campesinato.
Depois da minha apresentação, veio falar comigo um boliviano (padre José) para me fazer a proposta de mudar a terminologia Banco de Sementes para Casa de Sementes. A argumentação dele foi que banco é ideologicamente identificado como uma instituição do capital. Segundo ele a casa seria o abrigo das sementes. Prometi a ele que discutiria o assunto num encontro da RIS-CE e se fosse aceita a proposta eu diria a ele. A turma da RIS-CE aceitou e no mesmo dia pintamos a nova denominação na Casa de Sementes que tínhamos no Centro de Tecnologia Alternativa de Quixeramobim, CTAQ (cada participante do encontro pintava uma letra). Mandamos a foto para o padre José. E todos os grupos passaram a usar a nova denominação. Discutimos a proposta com na RIS-NE, mas a turma da Paraíba achou melhor continuar com a denominação Banco de Sementes e com a ideia de taxa de devolução cobrada pelo banco, ou seja, que pedia empréstimo no banco tinha que pagar 'juros'.
Com informações do MDS