[Memórias do Esplar] A vida no Semiárido antes das cisternas

Fotos registram as dificuldades de acesso à água antes da construção de cisternas para abastecimento de famílias do semiárido.

Desde que foi iniciado, em 2003 , o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) beneficiou cerca de um milhão e meio de pessoas. Homens, mulheres e crianças do Semiárido que precisavam deslocar-se até poços, cacimbas e açudes  passaram a ter água de boa qualidade em suas casas.  As cisternas têm capacidade de captar e armazenar até 16 mil litros de água das chuvas e dão autonomia às famílias e segurança no abastecimento por até seis meses.

Há também impactos na Saúde, com menor ocorrência de doenças em crianças por ingestão de água contaminada. As cisternas de segunda água, para irrigação de plantas e criação de animais, possibilitam ainda a produção dos agricultores e agricultoras.

578.336 reservatórios de água  foram construídos  em casas e escolas de regiões semiáridas até janeiro de 2016 e a estimativa é que mais 3100 famílias sejam beneficiadas nos próximos dois meses, contudo, devido ao ajuste fiscal,  o Programa um Milhão de Cisternas (P1MC) pode ter redução de orçamento de 55 milhões de reais em 2016, diminuindo o número de pessoas atendidas.

Moradora de uma área rural sem fornecimento de água há quase trinta anos, para Antônia Makleny de Sousa, seu esposo e os cinco filhos, a vida na comunidade de Garapa no município Acarape só era possível porque os dois caminhavam três quilômetros dia sim, dia não para buscar água em um açude.

Para beber, cozinhar, lavar roupa era preciso conseguir emprestado um burro de carga e caminhar durante duas horas até o açude mais próximo, na comunidade de Pau Branco, e coletar dez baldes cheios. A outra opção era a lagoa de água perto de sua residência, mas a água não servia para o consumo, e passado o inverno, o olho d´água secava.

Quando souberam que em uma comunidade próxima as famílias estavam recebendo as cisternas, Makleny e o esposo buscaram informações na cidade e, em 2005, foi construída uma cisterna na casa deles. Primeiro foi feito o tanque para água de beber e depois o de segunda água, para os afazeres domésticos, plantio e os animais . Hoje, todas as famílias de Garapa têm o reservatório de água e Makleny faz parte de um fórum e da câmara municipal que organiza a construção de cisternas em sua cidade.

“Veio a cisterna e com o passar do tempo fiz outra para a gente deixar de tanto sufoco. A gente dependia muito aqui, nossa zona rural é uma das áreas mais complicadas, não tem fornecimento de água de jeito nenhum”, explica ela.

As fotos da agrônoma Elzira Maria Rodrigues, sócia do Esplar Pesquisa e Assessoria,  registram as dificuldades enfrentadas por muitos habitantes do semiárido, antes da implementação programas sociais de convivência com a seca.  As imagens mostram o trabalho diário de crianças e mulheres de carregar água para suas casas. A coleta feita em açudes, muitas vezes em condições insalubres, não garantia a potabilidade para consumo humano.

Na galeria de fotos, veja como os moradores do semiárido abasteciam suas casas de água antes de receberem cisternas rurais.

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