Por Maria Sulamita de Almeida Vieira, Pedro Jorge B. F. Lima e Ivone Cordeiro Barbosa
Nossa Luiza Teodoro... Ou simplesmente nossa Luiza ...
De 1975 a 1978 , ela teve passagem relativamente rápida pelo ESPLAR; mas, como acontecia em outras circunstâncias e em outros lugares, Luiza deixou marcas entre nós.
Impossível esquecer o seu espírito crítico; a sua visão ecumênica das religiões; seu amor aos livros e à leitura – Mafalda e Henfil estavam sempre por perto, na sua memória como gente grande...
Para nós, continua vivo o seu gosto pela música, pela poesia... Como parte da nossa rotina de trabalho no ESPLAR – à época, nos voltávamos para avaliação de experiências dos chamados trabalhos comunitários, no âmbito das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), em Crateús, Aratuba e Engenho Avarzeado, este no Brejo Paraibano –, ocasiões em que em volta da mesa debatíamos sobre o material coletado, ela facilmente transformava em versos uma narrativa “sisuda” sobre a “realidade”...
No cotidiano, Luiza tinha muito presente um sentimento de liberdade e desejo de justiça social.
Quando o assunto era educação, aí aflorava, invariavelmente, o seu compromisso quase visceral com a causa – expresso com a simplicidade dos que “vem de longe” e o carregam no corpo e na mente –, como uma espécie de preciosidade. Luiza concebia educação no sentido mais largo que se possa imaginar. Assim, ao se expressar a esse respeito, deixava transparecer um saber muito especial, enraizado, historicamente, na sua experiência no MEB (Movimento de Educação de Base) e, principalmente, no aprendizado profundo com Paulo Freire, sem esquecer sua longa experiência como “professora primária”, lecionando, por vários anos, sempre para alunos do 3º ano, no Grupo Escolar Visconde do Rio Branco, na região central da cidade de Fortaleza.
Equipe do Esplar em 1976 atuando no Projeto de Educação Pré-Cooperativista, com participação de Luiza Teodoro.
Inesquecíveis, igualmente nas nossas reuniões, sua sinceridade, às vezes fazendo, à primeira vista, intervenções duras e sábias, e que sempre nos levavam a refletir. Simultaneamente, nessas horas ela também podia interferir com suas “tiradas” de humor, quebrando a “seriedade” da discussão e nos fazendo por os pés no chão...
Estas são algumas das lembranças da Luiza que, misturadas a uma imensa saudade, guardamos com todo o carinho e que, em diferentes momentos, nos fazem sentir que ela continua entre nós e nos animam a prosseguir na busca de um mundo livre e justo.
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