Conheça as estratégias comunitárias desenvolvidas pelo distrito de Nova Russas no interior do Ceará, que resultam em movimento contrário ao êxodo rural.
Em maio deste ano, a equipe do Marco Zero esteve em Irapuá para discutir as soluções da comunidade diante dos baixos índices pluviométricos, uma ameaça crescente no cenário de aquecimento global. A visita resultou na série "A Reinvenção do Nordeste", que reúne diversos conteúdos sobre o tema.
Há 30 anos, a comunidade enfrentava uma grave degradação do solo. A prática comum entre as famílias era queimar a terra até ela se tornar improdutiva, desmatando novas áreas para continuar o plantio. Com o apoio do Esplar - Centro de Pesquisa e Assessoria, essa realidade mudou: sem agrotóxico, queimadas, nem transgênicos.
Qual era o futuro da agricultura do jeito que a gente praticava? Porque a terra não aumenta. Irapuá tem 800 hectares. E o povo aumenta, né? Isso aqui era de um dono só. Hoje são 400 pessoas que vivem aqui. E o nosso sistema era de cortar e queimar depois, pra poder limpar o terreno e plantar mais. E aí plantava. Mas servia pra plantar no máximo dois anos, se a terra fosse boa. Se não fosse, era um ano só. No outro ano você tinha que abrir outro pedaço de terra. E assim ia acabando a terra”, lembra Vicente Carvalho Neto.
Em 2024, muita coisa mudou. A comunidade voltou a plantar o algodão, fortalecendo a soberania alimentar e a autonomia financeira das famílias.
“Na cabeça da gente, o bicudo não deixava. E a gente conseguiu produzir naquele primeiro ano. Produziu bem. E se tornou a alternativa para um grupo de agricultores, hoje é a forma deles produzirem, e com o mínimo de agravamento ao meio ambiente”, narra Neto para a equipe do Marco Zero.
Essa história é contada em NO SERTÃO DO CEARÁ, ALGODÃO ORGÂNICO FEZ IRAPUÁ RENASCER.
A transformação não ocorreu apenas no roçado. A mobilização e articulação do grupo Abelhas Lutadoras do Sertão, através do projeto Educação para a Liberdade, promoveu mudanças profundas nas relações de gênero, dentro de casa, no campo, nos quintais e nas associações comunitárias. Assim como conta Maria da Paz na reportagem "MULHERES TRANSFORMAM QUINTAIS EM FONTE DE RENDA E ALIMENTOS NO INTERIOR DO CEARÁ".
Antigamente eu tinha medo de sair de casa e não deixar tudo arrumadinho. Parecia que o marido não tinha mão. Agora não. Se eu quiser ir pra onde eu for, eu vou. Eu vou pras feiras, eu já fui em Fortaleza várias vezes pelo projeto. E ele não diz nada. Ele chega e vai fazer as coisas da casa feliz da vida”.
Comunidades rurais resilientes se fortalecem por meio da mobilização e organização em associações, garantindo a valorização e comercialização de seus produtos a preços justos. Em "CONHEÇA AS MULHERES CEARENSES QUE SE UNIRAM PARA REINVENTAR O CROCHÊ", você conhece a Moarti (Associação das Agricultoras e Artesãs de Irapuá).
Em “GADO COM ASAS”: ABELHAS AUMENTAM A RENDA DOS SERTANEJOS E AJUDAM A PROTEGER A CAATINGA”, a Marco Zero aborda o papel das abelhas africanizadas para a geração de renda dentro da localidade e traz uma particularidade curiosa sobre as colmeias, contada pelo apicultor Neurimar Marques.
A Reinvenção do Nordeste foi uma série de reportagens e vídeos realizada pela Marco Zero Conteúdo em parceria com a Rede ATER NE Agroecologia para disseminar ações e soluções encontradas por territórios do Semiárido para o bem-viver. As matérias reproduzidas retratam como a mobilização comunitária e a assistência técnica agroecológica possibilitam a formação de comunidades resilientes.
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