Sementes de futuro plantadas no CBA: o Esplar em movimento pela agroecologia

28/10/2025 14:00:35
Sementes de futuro plantadas no CBA: o Esplar em movimento pela agroecologia

Entre saberes, sementes e afetos, a delegação cearense viveu dias de aprendizado e fortalecimento coletivo em Juazeiro (BA).


O Esplar esteve presente no 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) com uma delegação de peso: 14 pessoas entre técnicas, técnicos, agricultoras e agricultores e lideranças sindicais enfrentaram 13 horas de viagem até Juazeiro da Bahia, onde foi realizada a edição mais recente do evento.
Por lá, uma programação diversa reuniu saberes e práticas nos espaços do Congresso. Na Tenda Cantigueira, aconteceram os painéis temáticos. No Terreiro das Inovações Camponesas, foi possível conferir a diversidade de tecnologias desenvolvidas por agricultoras e agricultores que fazem parte da ASA. Nas tendas, circularam experiências e debates em espaços autogestionados.



A diversidade das inovações camponesas e a riqueza de experiências ali apresentadas ampliaram nosso horizonte – especialmente para quem estava conhecendo essas práticas pela primeira vez”, reflete Ronildo Mastroianni.



Diversidade de saberes



O Congresso diversifica, a cada ano, a participação de agricultoras, agricultores, comunidades tradicionais, artistas, pesquisadoras, pesquisadores e estudantes. Em cada espaço, o conhecimento, a comida, a cultura e a tecnologia se encontram. A Feira da Biodiversidade aconteceu como um grande coração pulsante do evento – uma troca alegre de sementes pelo Bem Viver.



Foi muito bom poder ver o conhecimento científico e o conhecimento das agricultoras e agricultores valorizados, colocados na mesma balança. Por muito tempo, nesses congressos, só se reconhecia o que vinha da academia” – destaca Deninha Maia, coordenadora de projetos do Esplar.



A Cozinha Agroecológica Dandara dos Palmares garantiu mais de 6 mil refeições durante o Congresso, promovendo o acesso a uma alimentação saudável baseada na agricultura familiar e na Agroecologia. “Destacamos também o cuidado com a alimentação na cozinha das tradições, que nos ofereceu alimentos frescos, regionais e inclusivos para todos os gostos”, completa Ronildo.



Fortalecimento da atuação das mulheres em Rede



Em paralelo ao Congresso, nossa delegação participou das atividades articuladas pela Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, em parceria com os projetos Baraúnas dos Sertões e Jandaíras. Entre as ações, estiveram: as oficinas sobre cadernetas agroecológicas, o Seminário Jandaíras e Seminário ATER Mulher.



Um dos momentos mais marcantes foi ouvir os relatos de outras mulheres organizadas em rede — sobre seus plantios, criações e como as políticas públicas têm fortalecido seus empreendimentos. Muitas se tornaram donas dos seus próprios negócios, empoderando a si e a outras mulheres. Porque, como se diz, se o campo não planta, a cidade não janta”, comenta Gleudaina Alves, secretária da Mulher Agricultora do STRAAF Quixadá.



Além das atividades de articulação e de formação, Deninha descreve a importância da confraternização entre as agricultoras e as mobilizadoras do projeto Jandaíras: “O espaço de autocuidado foi muito importante, porque nós, que cuidamos de tudo e de todos, quase nunca temos tempo para nós. Nesse momento, pudemos descansar, conviver e realmente nos cuidar”.



Monitoramento das políticas públicas



Durante o CBA, a Rede ATER NE de Agroecologia realizou, o Seminário “Monitoramento Participativo de Políticas Públicas para a Agricultura e Alimentação”, reunindo 12 organizações da sociedade civil atuantes em territórios rurais de seis estados do Nordeste.
A atividade demarcou os aprendizados do projeto “"Cultivando Futuros: transição agroecológica justa em sistemas alimentares do semiárido brasileiro" que desenvolveu pesquisas sobre os efeitos locais das políticas públicas em territórios no Semiárido Brasileiro e promoveu ações de incidência política nos conselhos e redes da sociedade civil nos últimos anos.



As falas do Seminário reforçaram a importância de desenvolver estratégias de resistência e de financiamento nacional para o desenvolvimento territorial. Avançar é preciso, mas temos que ter apoio e parcerias para que as políticas se consolidem e cheguem aos territórios”, ressalta Ronildo.



O Seminário foi uma parceria entre a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Além do seminário, também houve o lançamento dos cadernos Estações de Monitoramento de Políticas Públicas no Semiárido Brasileiro durante o Congresso.
O Cultivando Futuros é uma realização da AS-PTA, da Rede ATER Nordeste de Agroecologia e da organização de cooperação internacional Pão para o Mundo (Brot für die Welt, em alemão), com financiamento do Ministério Federal da Agricultura, Alimentação e Identidade Regional da Alemanha (BMLEH, na sigla em alemão).

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