Dani Guerra

Dani Guerra

Nós do Esplar estamos em busca de pessoas experientes na área de zootecnia e de agronomia para se juntar a equipe de um projeto. Temos certa urgência para estas contratações, então vamos receber currículos até 11 de janeiro.

O Esplar é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1974, que atua no semiárido cearense em defesa da agricultura familiar, da agroecologia e do direito das mulheres. Existimos para apoiar os movimentos sociais na construção de um projeto de desenvolvimento solidário, ecologicamente sustentável e resiliente às mudanças climáticas, com foco na agricultura familiar de base agroecológica, na perspectiva da igualdade de gênero, raça, etnia e geração.

Sobre as vagas:

Agrônoma/Agrônomo

Requisitos:
Nível superior em Agronomia;
Três anos de experiência em agroecologia;
Disponibilidade para viajar;
40 horas semanais;

Habilidades essenciais:
Habilidade com ferramentas de georreferenciamento;
Atuação profissional em comunidades do semiárido;
Domínio de informática;
Conhecimento em práticas de conservação do solo;
Experiência em desenvolvimento rural sustentável;

Zootecnista

Requisitos:
Nível superior em Zootecnia;
Três anos de experiência na área;
Disponibilidade para viajar;
40 horas semanais;

Habilidades essenciais:
Conhecimento em projetos ambientais na área rural;
Experiência com manejo de bovinos, caprinos e ovinos;

Envie seu currículo e carta de apresentação para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até 11 de janeiro com o título Seleção Agrônoma/o ou Seleção Zootecnista.

A equipe do Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos do Esplar, representada por Antônio Marques, Ronildo Mastroianni e Samara Santos, participou da visita da Missão Presencial para a Elaboração do Paulo Freire II à comunidade do Irapuá na última terça-feira, 12 de dezembro. A iniciativa contou com a participação de representantes do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA/CE).

A comunidade de Irapuá, situada no município de Nova Russas, foi escolhida para receber a Missão devido aos impactos positivos do projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos para o desenvolvimento sustentável da região. A visita, que acontece também em outras comunidades e experiências do Ceará, tem o objetivo de sistematizar relatos das agricultoras e dos agricultores para compor o Projeto de Desenvolvimento de Capacidades para Superação da Fome e Mitigação dos efeitos da Pobreza e extrema Pobreza Rural, chamado Projeto Paulo Freire 2.

Para concretizar essa iniciativa, uma caravana composta por nove participantes deslocou-se para Nova Russas na última segunda-feira (11). O grupo de visitantes incluiu o Secretário da SDA/CE, Pedro Neto, a equipe técnica da secretaria, Lucilene e Humberto de Carvalho, além de representantes da FIDA/AECID, Gonzalo, Rodrigo Dias, Ernst, Anna e Beatriz.

No dia seguinte, pela manhã, estiveram em Irapuá. Lá, visitaram a área de consórcio agroecológico da família do agricultor Francisco das Chagas Pinto de Carvalho, conhecido como Chaguinha, e, em seguida, participaram de uma reunião ampliada no galpão da unidade beneficente do algodão. Neste momento, houveram apresentações de agricultoras e agricultores, das mulheres do Moart e do Grupo Abelhas Lutadoras do Sertão.

O técnico do Esplar, Ronildo Mastroianni, aproveitou a importante reunião entre representantes das organizações e das comunidades para apresentar os produtos de comunicação da primeira etapa da Pesquisa Ação: práticas de ATER, construção de conhecimentos e sujeitos coletivos da agroecologia, uma iniciativa da Rede ATER Nordeste de Agroecologia. Na ocasião, a equipe do Esplar distribuiu o livro “Tecer Coletivo de Irapuá” e o cordel “Irapuá: Uma Linha do Tempo”. Este último de autoria de Rogaciano Oliveira, ex-coordenador do Esplar no Projeto Paulo Freire.

Algodão em Consórcios Agroecológicos

Em Irapuá, o projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos se iniciou em 2008, por meio do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) Algodão, proposta que retomou o plantio de algodão na comunidade, mas com ações de base agroecológica. Para tanto, houve o processo de sensibilização e mobilização com o grupo de agricultores que aderiu ao Projeto.

O Esplar desempenha um papel ativo na concepção do PDHC Algodão. A organização foi desafiada a pensar estrategicamente o fortalecimento do mercado de algodão, levando em consideração a diversidade de realidades presentes em cada território.

O trabalho, até então apoiado pela política pública do PDHC, toma força com as empresas do mercado justo e solidário, que se comprometem a adquirir a produção mesmo antes da colheita, pagando um valor até três vezes superior ao praticado no algodão convencional. Esse modelo não apenas fortalece economicamente as famílias, mas também promove práticas sustentáveis e solidárias no setor, praticando uma agricultura resiliente e de baixo carbono.

A partir de 2009, os/as representantes do Grupo dos Consórcios Agroecológicos com o algodão do Irapuá começaram a participar do Grupo Agroecologia e Mercado (GAM), coletivo com integrantes das organizações de 14 municípios envolvidos com o trabalho do algodão em consórcios agroecológicos (Tauá, Parambu, Independência, Sobral, Forquilha, Massapê, Santana do Acaraú, Canindé, Choró, Quixadá, Quixeramobim, Catunda, Monsenhor Tabosa e Nova Russas).

Em 2012, Irapuá tornou-se sede de um dos poucos Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPACs) do Ceará. A Associação Agroecológica de Certificação Participativa dos Inhamuns/ Cratéus (Acepi) foi fundada naquele ano e representou um catalisador para as ações produtivas da comunidade. O OPAC ACEPI certifica a produção da comunidade e permite que o selo de produção orgânica seja utilizado pelos/as associados/as.

Atualmente, o projeto assume papel crucial na economia regional e estabelece impactos positivos na geração de renda, na soberania alimentar e no desenvolvimento sustentável da região.

No período de 21 a 24 de novembro, o Esplar esteve presente nas cidades de Nova Russas, Monsenhor Tabosa e Tamboril, conduzindo Oficinas sobre Igualdade Racial junto aos grupos de mulheres participantes do Projeto Educação para a Liberdade. Essa iniciativa nasceu da identificação de uma demanda dentro dos próprios coletivos envolvidos e possibilitou tratar a temática na semana do dia da Consciência Negra, 20 de novembro.

Para orientar e facilitar esses momentos, contamos com a presença da educadora popular Sarah Menezes, que trouxe uma sólida experiência em capacitação junto às mulheres do campo. Após o conjunto de cinco oficinas, a educadora reflete que as oficinas proporcionaram experiências profundamente provocativas, conduzindo as mulheres por momentos intensos de reflexão.

As mulheres passaram por momentos de muitas reflexões a respeito do autorreconhecimento a partir das identidades de onde elas partem enquanto mulheres do campo e de como o racismo afeta a vida delas. Para muitas, foi o primeiro momento de pensar sobre isso, então acredito que houveram muitos atravessamentos, porque o racismo também tem esse aspecto de tocar na subjetividade", relata Sarah.

Além das questões imediatas, Sarah provocou também a conexão das participantes com as suas ancestralidades, incentivando uma compreensão mais ampla e profunda de suas histórias e identidades. Apesar de ser uma ação pontual do Projeto Educação para a Liberdade, esse processo formativo aponta para necessidade de aprofundamento na discussão sobre os processos de desigualdades inerentes ao racismo no campo.

Grupos de mulheres participantes:
Mulheres que lutam - Assentamento Paulo Freire | Monsenhor Tabosa
Abelhas
Lutadoras do Sertão - Irapuá | Nova Russas

Mulheres Vencedoras - Lagoa do Norte | Nova Russas

Mulheres do Quilombo - Quilombo Encantados do Bom Jardim | Tamboril

Mulheres Guerreiras - Assentamento Passarinha | Tamboril

*Por Dani Guerra e Neuma Morais, do Esplar - Centro de Pesquisa e Assessoria

 

A opinião de uma criança de 9 anos sobre o quadro da insegurança alimentar grave (ou seja, fome) que atinge 21% da população do Nordeste (II VIGISAN) não poderia ter outro resultado. O menino Marlon de Santana do Acaraú no Ceará resume: “É injusto”. Tal injustiça é facilmente percebida pelas crianças do assentamento onde ele vive. O que talvez não esteja tão definido na experiência delas é a tamanha importância e o potencial que os quintais produtivos de suas próprias casas e até mesmo escolas têm para reverter esse quadro lamentável.

Sob os cuidados das mães e das avós, a produção de alimentos locais é muitas vezes pormenorizada diante da quantidade de opções industrializadas que lotam as prateleiras dos mercadinhos/mercearias. Pensando em transformar esta percepção, um projeto do Esplar chamado Educação Ambiental nas Escolas trouxe, neste ano, a temática da soberania alimentar e nutricional com atividades lúdicas e reflexivas para as crianças e adolescentes que vivem na zona rural de cinco cidades cearenses: Canindé, Choró, Quixadá, Sobral e Santana do Acaraú.

No Ceará, a fome atinge 2,4 milhões de pessoas, onde a renda é o principal fator agravante para esta situação: 65% dos domicílios que sofrem com a insegurança alimentar convivem com menos de meio salário-mínimo por pessoa. Além de ocupar a quinta posição do Nordeste no ranking da fome, apenas 18,2% da população cearense está em situação de segurança alimentar, ou seja, acesso regular e permanente a alimentos de qualidade. É um quadro que pode e deve mudar.   

Por isso, incentivamos a reflexão: Qual a relação entre o que se come com aquilo que se produz? O que a produção de alimentos tem a ver com o meio ambiente? A partir de processos educativos, as crianças e os adolescentes participantes do projeto podem desenhar novas relações entre o que são, o que veem as famílias produzirem e quais as condições em que vivem e se alimentam. 

Usando figurinhas recortadas que representam os alimentos, cada criança vai preenchendo um prato fictício com aquilo que gosta de comer, entre alimentos saudáveis ou industrializados. Escolhas feitas, elas vão ser percebidas como opções, nada estáticas, nem neutras, e compartilhadas, para enfim repensá-las.   

De onde vem o “xilito”(salgadinho de milho)? E o biscoito recheado? E o feijão? Percebe-se, então, que nem tudo precisa ser mediado pelo dinheiro, que a produção do roçado mantém itens importantes para a alimentação familiar e, em alguns casos, ainda é vendida ou trocada com a comunidade.  No Ceará, de acordo com dados do IBGE (2019), 39,6% da produção agropecuária vem da agricultura familiar. Esta produção assume papel importante no enfrentamento à pobreza rural.

Após este momento da oficina, é chegada a hora de analisar as práticas de produção que a família utiliza. Nas comunidades rurais atendidas pelo projeto, reina a agricultura familiar. Porém, nem sempre as práticas de produção respeitam o meio ambiente, as unidades familiares utilizam as queimadas e o veneno, por exemplo. Orientar as famílias e crianças para a construção de um projeto de desenvolvimento solidário, ecologicamente sustentável e resiliente às mudanças climáticas, com foco na agricultura de base agroecológica, é um dos nossos pilares no Esplar.  

Outro dado importante do setor, por exemplo, é a faixa etária das produtoras e produtores familiares, que concentra mais de 60% das pessoas entre os 45 e os 75 anos. Os jovens até os 25 anos ocupam apenas 2% dos agricultores familiares. Atualmente, em idade escolar, as crianças e os adolescentes apenas auxiliam na produção dos familiares, mas a construção de futuros está em disputa.

A educação ambiental e alimentar dentro da escola modifica as percepções e traz outras discussões para as atividades curriculares do lugar. O chão da escola ganha, então, extensão para a comunidade e para a natureza, ressignificando territórios inteiros de sertão, entre os pés de fruta, os roçados de grãos e os canteiros de hortaliças. 

 

 

O Esplar - Centro de Pesquisa e Assessoria seleciona estudante para assumir a vaga de estágio remunerado na organização.

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