Elisa Monguzzi é uma senhora italiana e mora perto da cidade de Milão.
O Esplar foi uma das ONGs a executar o Programa Um Milhão de Cisternas no Ceará.
Representantes dos municípios de Aracoiaba, Barreira, Baturité, Canindé, Chorozinho, Caucaia, Pacajus, Paramoti e Ocara se reuniram na manhã do dia 12 de julho para mais uma edição da Reunião Ordinária do Fórum Microrregional Fortaleza de Convivência com o Semiárido, realizado na sede do Esplar. Durante o encontro foram debatidos temas como: as ações adotadas nos municípios para combater o quinto ano consecutivo de seca e os males do uso do agrotóxico.
Para a agricultora, Antônia Valdira Coelho, moradora do Assentamento Menino Jesus, em Chorozinho, os encontros são bastante produtivos, pois durante esses momentos a troca de informações entre os participantes fortalece ainda mais as ações desempenhadas no semiárido brasileiro. “Esses encontros são muito importante. Aqui trocamos experiências com outras pessoas e tudo o que aprendemos podemos levar para nossas comunidades. Através desses encontros temos mais acesso a informações e isso contribui muito para nosso crescimento”, afirma Antônia Valdira.
Logo no início da reunião os/as participantes falaram um pouco sobre as ações adotadas pelos municípios para enfrentar o quinto ano consecutivo de seca, a maioria dos/das participantes informou que a forma mais utilizada de conseguir água atualmente é através de carro pipa. Outra forma de conseguir água relatada pelos/as participantes é através de poço.
Em seguida, deu-se início ao debate sobre os males que o uso de agrotóxicos causa em nossas vidas. Ana Cristina, técnica do Esplar passou algumas informações sobre o tema. Por exemplo: um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos. Para chegar a esse resultado foram analisadas amostras dos 26 estados do Brasil. A pesquisa foi realizada pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa (2011) e faz parte do Dossiê Abrasco: Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde divulgado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
De acordo com a educadora Luiza Vasconcelos Camurça, moradora do Assentamento Denir, em Ocara, o debate em torno do uso de agrotóxico é necessário, pois, para ela, é essencial que as pessoas conheçam o tipo de alimento que estão consumindo, além disso, é preciso realizar trabalhos com agricultores/as sobre o tema. “No assentamento onde a gente mora poucas pessoas usam agrotóxico porque lá a gente já faz um trabalho de conscientização sobre o assunto. É preciso realizar esse tipo de ação constantemente para mostrar para as pessoas o quanto o uso de agrotóxico é perigoso para a nossa vida”, finaliza Luiza Vasconcelos.
No encerramento do encontro, integrantes da equipe do projeto P1+2 passaram alguns informes sobre o andamento do projeto.
A parceria entre ONGs e o Governo Federal nos últimos quinze anos democratizou o acesso à água no Brasil com a construção de mais de um milhão e duzentos mil reservatórios nas casas na região Semiárida. A participação da sociedade civil na origem e na implementação do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é o foco da pesquisa de estudantes em Administração Pública da Faculdade Getúlio Vargas (FGV).
Anna Funaro é estudante de mestrado e veio ao Ceará conhecer a experiência do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido (FCVSA) na elaboração e execução do P1MC. Marina Cano e Luiz Gustavo Perez estão se graduando na mesma área e visitaram Fortaleza por meio do programa Conexão Local, iniciativa que mostra aos universitários como a população pode participar do desenvolvimento econômico e social.
Os três foram recebidos no Esplar, Centro de Pesquisa e Assessoria por Malvinier Macedo, diretora adjunta e Elzira Saraiva, sócia- fundadora da Ong e coordenadora do P1MC durante dez anos. As duas vivenciaram o surgimento do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido (FCVS) e da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), redes estadual e nacional formadas por ONGs e entidades da sociedade civil precursoras do P1MC. O Esplar esteve presente desde os anos iniciais do projeto, de 2001 a 2003, quando sua equipe implementou 1664 cisternas de placas no Ceará com recursos da Agência Nacional de Águas (ANA) e outras 164 com recursos próprios.
"A gente veio aqui para conhecer o programa cisterna mais de perto. Há muitas especificidades no modelo do Ceará, vejo uma articulação exemplar, uma capacidade de levar os interesses do território para o Governo Federal e de se fazer escutar. De alguma forma, vocês estão fazendo dar certo e viemos entender como funciona essa engrenagem, como conseguem se fazer escutar por uma máquina tão imensa como o Governo Federal", afirma a mestranda.
A história do P1MC, desde o projeto piloto há quinze anos com o objetivo inicial de construir 500 cisternas em toda região semiárida, até o cumprimento da meta de um milhão dessas tecnologias durante o governo da presidenta Dilma Roussef, em 2014, foi detalhada no encontro. Segundo Elzira, com a aplicação da verba, o programa fez surgir cadeias produtivas nos municípios cearenses, movimentou o comércio de construção civil para atender o abastecimento, formou e contratou mão de obra. "Houve dinamização da economia local. Os recursos ficavam no local, o pedreiro era do local, a compra de material era em mercados atacadistas locais”, argumenta."Foi preciso criar uma aceitação social da cisterna, do público que ia usar e do mercado que ia nos atender. Não havia fábrica de tampa de cisterna, não existia quem fabricasse placa de identificação”, diz.
Malvinier Macedo lembra também o avanço para a cidadania dos cearenses, já que, para receber as cisternas em suas casas, muitos homens e mulheres pela primeira vez fizeram o Cadastro de Pessoa Física, o CPF. Nos cursos de gerenciamento de recursos hídricos, as pessoas aprendiam como utilizar a cisterna para armazenar água e utilizar durante o período de seca. As cidades escolhidas pelo P1MC tinham o menor Índice de Desenvolvimento Humano do Estado, e, para chegar às localidades distantes e sem acesso, a equipe do Esplar atravessava estradas de terra e até caminhava à pé mato adentro. “Chegamos onde ninguém chegou”, lembra Elzira.
No Ceará, ONGs que atuam no Semiárido, sindicatos e pastorais sociais da Igreja Católica fundaram, em fevereiro 1999, o Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido. Malvinier recorda que, na época, as instituições haviam atuado em conjunto em prol da campanha solidária de combate à fome no Nordeste, o Comitê Betinho da Ação da Cidadania, Contra a Fome, a Miséria e pela Vida e optaram por manter a aliança posteriormente.
O Fórum buscava recursos para construção das cisternas para os cearenses e junto à ASA (Articulação Semiárido Brasileiro) pressionou pela criação e continuidade do projeto Um Milhão de Cisternas. O projeto técnico foi elaborado coletivamente por essas entidades, no documento constavam definição de custos, estabelecimento de metas e realização intercâmbios e encontros nacionais.
“O projeto piloto e a fase de transição (P1MC-T) tinham o objetivo de divulgar a tecnologia, formar mão de obra, incentivar a organização da ASA nos estados e municípios para a execução do que viria pela frente.O governo Lula passou a apoiar o projeto grande, já com metas altas, a partir de julho de 2003”, detalha Malvinier.
Os representantes da ASA solicitaram audiência pública em Brasília para aprovação do projeto e fizeram arrecadação para pagar as passagens, lembra Elzira. Na cerimônia, uma agricultora beneficiada com cisterna apresentou pessoalmente ao presidente Lula e a nove ministros, os benefícios do P1MC.
No início, foi necessário criar novas formas de parceria jurídica entre o Governo Federal e as ONGs. Negociando com os Ministérios, a ASA conseguia adaptar as normas às necessidades do terceiro setor e possibilitar a contratação das ONGs para prestação de serviços, que passavam por rigorosas auditorias e prestações de contas. Quando em 2007, houve diminuição de recursos para o P1MC, o Fórum organizou manifestações com cerca de três mil pessoal na Assembleia Legislativa do Ceará. Logo depois, a ASA reuniu vinte mil manifestantes em protesto, na cidade de Petrolina, em Pernambuco.
Os Estudantes
“Estamos acostumados a ver o Estado como coordenador e executor das políticas públicas desde o início à ponta e, quando chegamos ao Ceará, vimos que as ONGs tinham uma capacidade de organização logística de forma mais eficiente. Foi uma surpresa muito grande ver a participação da sociedade civil como executora de políticas públicas”, afirma Luiz Gustavo
Para Marina, impressionou ver “a força que tiveram para criar o programa Um Milhão de Cisternas e pleitear as melhorias. É sensacional, nunca tinha visto uma política pública criada deste jeito, com essa intensidade na participação da sociedade civil”.
Anna Funaro trabalha na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, no setor de planejamento, monitoramento e avaliação de projetos, ela ressalta a peculiaridade do P1MC no Ceará. “Na prática, quantas vezes eu vivenciei políticas públicas em que de fato eu vi a população mobilizada? A gente tem que pensar projetos em que de fato a sociedade civil foi ouvida, e o Ceará foge às regras. Não foi somente um relatório de prestação de contas, é impressionante”, diz
Durante a manhã do dia 1º de julho, técnicas do Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria se reuniram com trabalhadores/as do campo para debaterem sobre os malefícios que o uso de agrotóxicos pode causar em nossas vidas.
Professores e professoras da Escola de Ensino Fundamental Lourenço José de Lira e da Escola de Ensino Fundamental Coração de Jesus, ambas do município de Santana do Acaraú, se reuniram na ultima quinta-feira, 30 de junho, para participarem da formação realizada pelo Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria em parceria com a ActionAid.A ação faz parte do projeto Educação Ambiental nas Escolas que trabalha questões agroecológicas com crianças, jovens e adolescentes de 34 escolas de cinco municípios cearenses: Canindé, Choró, Quixadá, Santana do Acaraú e Sobral.
O encontro foi realizado na Escola de Ensino Fundamental Lourenço José de Lira, na localidade de Águas Belas. Durante o período da manhã, Neuma Morais, técnica do Esplar apresentou para os professores e para as professoras as ações desempenhadas pelo Esplar em parceria com a ActionAid, organização sem fins lucrativos cujo trabalho atinge cerca de 15 milhões de pessoas em 45 países. Além das apresentações das instituições, também foram debatidos temas como alimentação saudável, valorização do trabalho do campo, educação contextualizada e educação do campo.
Para Valneide Silva, diretora da EEF Lourenço José de Lira, o encontro foi um grande momento para a troca de experiência entre os/as participantes. “Estou há pouco tempo como diretora dessa escola, mas já tive a oportunidade de ver o trabalho do Esplar por aqui. Dá pra perceber que é um trabalho direcionado para o desenvolvimento do meio ambiente, para a valorização do trabalhador do campo e para a plantação saudável. Nós, daqui da escola, valorizamos muito isso, inclusive temos até a nossa própria horta. As ações do Esplar vêm para contribuir ainda mais com a nossa escola”, afirma Valneide Silva.
Durante o período da tarde, a técnica do Esplar, Ana Cristina, falou com os professores e as professoras sobre como surgiram os agrotóxicos e como o seu uso pode trazer malefícios para a nossa vida. De acordo com Maria Iraci, professora da EEF Lourenço José de Lira esse foi o momento mais marcante do dia. “É um tema que tem que ser trabalhado porque é muito preocupante a situação em que a gente se encontra. As consequências do uso de agrotóxico a gente tem conhecimento, mas sobre a porcentagem dos malefícios a gente ainda não sabia. Depois de hoje a vontade que dá é de ir pra rua e falar para todo mundo”, diz a professora.
Ao todo, onze professores/as participaram da formação
“Alérgicos: contém leite, trigo, ovos, soja...".
Nos dias 28 e 29 de junho, os alunos e as alunas da escola Mocinha Rodrigues, da localidade de Boqueirão, em Sobral saíram de suas rotinas com a chegada das atividades do projeto Educação Ambiental nas Escolas, realizado pelo Esplar em parceria com a ActionAid. Por meio de oficinas e atividades práticas, os/as jovens e crianças se aproximaram ainda mais de questões voltadas para o cuidado com o meio ambiente.
Durante a manhã do primeiro dia, os alunos e as alunas da Educação Infantil e do Fundamental I participaram de oficinas realizadas pelo Esplar. Com o tema “Manejo de Solos e Sementes”, as crianças conversaram sobre os cuidados que devem ter com a terra, com as sementes e sobre os malefícios que o uso de agrotóxico causa em nossas vidas. Para Arnilda Ximenes Liberato, responsável pela escola, as oficinas servem para mostrar para as crianças a importância do trabalho do campo sem o uso dos agrotóxicos. “Vivemos no campo, e quanto mais as crianças se aproximarem do tema, melhor. Quando nossas crianças participam de atividades como essa dá pra perceber que elas ficam mais curiosas sobre o assunto. Elas querem plantar e depois cuidam de suas plantinhas. É muito gratificante ver a empolgação delas”, afirma Arnilda Ximenes.
No período da tarde, os alunos e as alunas do quinto ano visitaram a casa de sementes da localidade. Lá eles/elas tiveram um contato mais próximo com o trabalho da guarda de sementes, além de saberem mais sobre como realizar trabalhos de plantio sem o uso de agrotóxico. Quem conduziu a atividade foi o senhor Zé Carlos, agricultor e um dos representantes da casa de sementes. Para ele, a atividade serve para mostrar para os/as jovens qual a importância da realização do trabalho de guarda de sementes, porque, segundo ele, todos/todas aqueles/as jovens serão mais tarde as pessoas que continuarão o trabalho.
No segundo dia, as crianças da Educação Infantil e do Fundamental I levaram garrafas pets, estrume e sementes para a escola para realizarem a plantação de suas sementes. O exercício teve como objetivo aproximar ainda mais as crianças das atividades que seus familiares realizam e, assim, valorizarem ainda mais o trabalho no campo e os cuidados com o meio ambiente.
Atualmente a escola Mocinha Rodrigues conta com 134 alunos/as, desses, 35 fazem parte do projeto Educação Ambiental nas Escolas, realizado pelo Esplar em parceria com a ActionAid. O Projeto trabalha questões agroecológicas com crianças, jovens e adolescentes de 34 escolas de cinco municípios cearenses, são eles: Canindé, Choró, Quixadá, Santana do Acaraú e Sobral.
Sobre a ActionAid
A ActionAid é uma organização sem fins lucrativos cujo trabalho atinge cerca de 15 milhões de pessoas em 45 países. Aqui no Brasil, as ações desenvolvidas pela ActionAid envolvem 25 organizações parceiras em 13 estados, beneficiando mais de 300 mil pessoas em cerca de 1.300 comunidades.
A prática de trançar os fios de linha em delicadas peças de artesanato as mulheres crocheteiras de Nova Russas dominam desde a infância, mas agora querem elas mesmas mostrar e vender seu trabalho, sem depender dos atravessadores que ficam com a maior parte do lucro no comércio.
O Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria recebeu entre os dias 06 e 10 de junho a visita de Beatriz Guarany, assistente de vínculos solidários da ActionAid. A visita teve como objetivo conhecer de perto as ações desenvolvidas pelo Esplar. A ocasião também serviu para a realização de reuniões a fim de melhorarem ainda mais as ações desenvolvidas em parceria entre as duas instituições.
Durante os três primeiros dias da semana, Beatriz Guarany visitou algumas escolas beneficiadas com projetos realizados pelo Esplar e pôde vivenciar de perto as experiências alcançadas dentro das ações desempenhadas pela instituição. Uma das escolas visitadas foi a Tomás Nunes, no Monte Castelo, no município de Choró, lá ela acompanhou uma oficina realizada pelo Esplar. “Uma das coisas que chamou a minha atenção foi a realização da oficina, deu pra perceber a preocupação em passar o conhecimento e com a pedagogia. Também observei que existe a preocupação de fazer uma oficina para crianças menores e fazer outra diferente para os/as adolescentes. A gente trabalha com crianças de três anos até os dezoito, então tem que ter didáticas diferentes e eu vi essa atenção. Isso me deixou muito feliz”, afirma.
Desde 2004, o Esplar realiza ações em parceria com a ActionAid. Atualmente, 1.081 crianças de cinco municípios cearenses são beneficiadas com os projetos desenvolvidos a partir dessa parceria. São eles: Canindé (592 crianças), Quixadá (216), Choró (173), Santana do Acaraú (50) e Sobral (50).
A assistente de vínculos solidários também visitou a escola Padre Moacir Cordeiro Leite, no assentamento Jacurutu, em Canindé. Também foi realizada reunião na Secretaria de Educação de Canindé com Mailza Freitas, secretária de educação de Canindé e Cleonice Araújo, técnica da Secretaria de Educação de Canindé.
Sobre a ActionAid
Fundada em 1972, a ActionAid é uma organização sem fins lucrativos cujo trabalho atinge cerca de 15 milhões de pessoas em 45 países. A ActionAid está no Brasil desde 1999 e suas ações envolvem 25 organizações parceiras em 13 estados, beneficiando mais de 300 mil pessoas em cerca de 1.300 comunidades.
Suas ações são trabalhadas dentro de quatro temas específicos: Direito a Educação, Direito a Alimentação, Direito a Cidade e Direito das Mulheres. A parceria feita com Esplar está voltada justamente para os trabalhos desenvolvidos no que diz respeito ao Fortalecimento da Agroecologia e Educação Ambiental nas Escolas.
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